O presidente dos EUA, Joe Biden, revelou, no domingo (26), detalhes a respeito do plano de infraestrutura global de US$ 600 bilhões (R$ 3,14 trilhões) para conter a influência da economia chinesa no Ocidente.
Denominada de Parceria para Infraestrutura e Investimento Globais (PGII, na sigla em inglês), a estratégia anunciada durante a última cúpula do G7, na Alemanha, pretende combater a iniciativa Um Cinturão, Uma Rota, programa de financiamento de infraestruturas mundial chinês.
Na semana passada, Pequim havia descrito tais iniciativas como uma "abordagem de jogo de soma zero" visando a China. Nesta segunda-feira (27), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, dobrou as críticas.
"A China sempre acolhe todas as iniciativas para promover a construção de infraestrutura global. Não achamos que haja esse problema de iniciativas semelhantes substituindo umas às outras", disse Zhao, segundo informações do South China Morning Post.
"Entretanto, nos opomos à promoção de cálculos geopolíticos sob a bandeira da construção de infraestrutura e palavras e ações que tentam difamar e caluniar a Iniciativa do Cinturão e Rota", disse.
Ele também criticou o governo Biden por sua incapacidade de atrair contribuições financeiras suficientes de seus parceiros do G7. "A comunidade internacional quer ver dinheiro real e projetos que realmente beneficiem as pessoas", afirmou o porta-voz.
O entendimento de Pequim é que Washington é o "verdadeiro criador das armadilhas da dívida", pois a "política monetária expansiva, a inovação financeira não regulamentada, as vendas maliciosas e outras ações dos Estados Unidos exacerbaram o fardo da dívida dos países em desenvolvimento".
Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, fala durante briefing de imprensa em Pequim, em 10 de março de 2022
© AP Photo
Zhao Lijian ainda falou sobre as acusações de trabalho forçado na China, dizendo que a prática é comum nos EUA. Ele observou que Washington repetidamente exagera "a mentira ultrajante sobre o chamado trabalho forçado em Xinjiang".
O porta-voz destacou que os EUA ainda são o epicentro do trabalho forçado, tornando-se um "país escravo moderno".
O alto funcionário do governo chinês disse que pelo menos 500 mil pessoas nos EUA "vivem sob condições de escravidão moderna e trabalho forçado", citando um artigo publicado recentemente pela Universidade de Denver.
"O trabalho forçado é onipresente nos EUA, especialmente nas áreas de limpeza, cultivo agrícola, turismo e serviços de alimentação, com até 100 mil pessoas por ano sendo traficadas do exterior para se envolver em trabalho forçado no país", disse.