Em um comunicado emitido nesta segunda-feira (27), a Coreia do Norte explicou as razões que a "obrigaram a desenvolver defesas mais fortes". Segundo Pyongyang, é preciso interromper o "objetivo inabalável dos EUA de derrubar o governo da Coreia do Norte".
As críticas norte-coreanas ocorrem em meio à preocupação de que o país possa estar preparando seu primeiro teste nuclear em cinco anos e após um recente acordo entre o presidente sul-coreano, Yoon Suk-yeol, e o presidente dos EUA, Joe Biden, para implantar mais armas dos EUA na península da Coreia.
"Enquanto descaradamente realizam exercícios militares conjuntos com o Japão e a Coreia do Sul, os Estados Unidos estão fazendo um movimento completo para estabelecer uma OTAN no estilo asiático", disse o Ministério das Relações Exteriores da Coreia do Norte em comunicado publicado pela Reuters.
O ministério norte-coreano cita os exercícios dos EUA com forças sul-coreanas que envolveram um porta-aviões norte-americano pela primeira vez em mais de quatro anos.
A Coreia do Norte, que vem realizando testes regulares de mísseis neste ano, repetiu a afirmação de que esses exercícios foram uma preparação para a "guerra destinada a derrubá-la".
"Isso prova a hipocrisia da retórica dos EUA de 'engajamento diplomático' e 'diálogo sem precondições', ao mesmo tempo em que revela novamente que não há mudança na ambição dos EUA de derrubar nosso sistema pela força", disse o ministério norte-coreano.
A pasta não se referiu explicitamente a seus programas nucleares ou de mísseis, mas disse que a hostilidade dos EUA compeliu Pyongyang a desenvolver suas defesas.
"A realidade nos faz sentir a necessidade de fazer todos os esforços para desenvolver um poder ainda mais forte para poder subjugar todos os tipos de atos hostis dos Estados Unidos", afirmou.
A crítica norte-coreana veio um dia antes de Yoon Suk-yeol partir para participar de uma cúpula da OTAN, na Espanha, o primeiro líder sul-coreano a fazê-lo.
Seul, com o objetivo de fortalecer sua parceria com a OTAN, planeja montar uma delegação na sede da aliança militar, em Bruxelas, conforme informou o conselheiro de segurança nacional da Coreia do Sul na semana passada.