O volume de petróleo produzido no Equador nas últimas duas semanas foi inferior ao esperado de 1,3 milhão de barris, com mais de 1.170 poços fechados em meio aos protestos no país. Neste momento, há uma queda de mais de 50% na produção de petróleo equatoriano.
Se essa situação não mudar, "a produção será interrompida em 48 horas", alertou o Ministério de Energia e Minas nas redes sociais neste domingo (26).
A pasta explicou que, devido a atos de vandalismo, apreensão de poços e fechamento de estradas, tornou-se impossível o transporte de matérias-primas e óleo diesel.
O Equador tem enfrentado distúrbios civis nas últimas semanas. Em 13 de junho, a Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador, CONAIE, lançou pequenos protestos contra as políticas sociais e econômicas da liderança do país em 11 regiões.
A agitação social ganhou força após as autoridades de segurança prenderem o líder da CONAIE, Leônidas Iza, sob a acusação de interferir no trabalho dos serviços públicos.
Iza, que agora enfrenta acusações criminais, exigiu que o governo garanta a segurança dos manifestantes, levante o Estado de emergência e retire as tropas das ruas para iniciar as negociações.
Em meio à greve nacional, com protestos, prisões e confrontos, que completou 14 dias neste domingo (26,) Leonidas Iza publicou um vídeo em suas redes sociais com atualizações sobre a situação no Equador.
Corredores de logística humanitária e de abastecimento.
Ele disse que um documento contendo dez demandas, que as autoridades vinham ignorando há mais de um ano, ainda estava em cima da mesa do presidente Guillermo Lasso.
Leonidas Iza pediu aos manifestantes para que contribuam na abertura dos corredores humanitários para garantir a passagem de alimentos e suprimentos médicos.
"Esta luta continua por nossa dignidade e pedimos que sejam garantidos corredores logísticos humanitários. Pedimos à Cruz Vermelha que facilite um corredor logístico para garantir a passagem de suprimentos médicos, ambulâncias e tudo o que significa emergência", disse ele.
Os movimentos indígenas que estão liderando as mobilizações massivas conclamam os cidadãos a cumprirem o apelo à solidariedade, ao mesmo tempo, enfatizam que o dia continua até que a dignidade se concretize no país.
"A questão do combustível não foi resolvida, a questão financeira não foi resolvida, o problema do petróleo mineiro não foi resolvido", disse Leonidas Iza, acrescentando que o governo mostra nenhuma disposição para o diálogo.
Leonidas Iza reiterou que as mobilizações continuarão na capital Quito e em outras regiões do país, apesar do aumento da repressão e até que o governo equatoriano responda a cada uma das demandas dos grupos indígenas.
Até agora, a repressão às mobilizações no Equador deixou um saldo de pelo menos seis manifestantes mortos e cerca de 300 pessoas feridas.
Que nada nos confunda, a luta continua e não há diálogo com o governo", diz Leonidas Iza. Com isso, ele nega que os diálogos [com o governo] tenham começado, eles foram à Basílica a convite do presidente da Assembleia do Equador.