Recentemente, Ancara bloqueou o processo de admissão de Helsinque e Estocolmo à Aliança Atlântica enfatizando que eles deveriam primeiro aperfeiçoar suas leis antiterroristas.
"Em geral, a Turquia concorda com as disposições sobre a expansão da OTAN", disse o coronel aposentado Gursel Tokmakoglu, ex-chefe da Diretoria de Inteligência da Força Aérea turca e diretor de uma organização analítica.
"No entanto, os membros da Aliança não compartilham as exigências da Turquia sobre a questão do terrorismo e luta contra ele. A questão da adesão da Suécia e da Finlândia é muito indicativa, pois define claramente a posição e as reivindicações da Turquia dentro da Aliança. Nesta situação, há uma oportunidade concreta para os membros da OTAN entenderem a definição, os critérios e os princípios de combater as organizações terroristas", observou coronel aposentado turco.
O líder turco, por sua vez, alertou que os referidos países nórdicos eram "o abrigo de muitas organizações terroristas", e Erdogan delineou um conjunto de requisitos para os aspirantes a membros.
Em particular, Ancara exigiu que a Finlândia e a Suécia reforçassem suas leis antiterroristas; extraditassem certos indivíduos com vínculos ao suposto idealizador da tentativa de golpe na Turquia de 2016 Fethullah Gulen e ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo) e que levantassem as sanções informais sobre a venda de armas à Turquia impostas devido à operação militar de Ancara no norte da Síria em 2019.
"Não nos vemos restringidos por qualquer limitação temporal", disse Ibrahim Kalin, porta-voz do presidente turco, após a reunião de 20 de junho entre as autoridades turcas, finlandesas e suecas.
"A rapidez, o escopo deste processo dependem da maneira e da celeridade dessas nações em atender às nossas expectativas", acrescentou.
De acordo com a jornal turco Sabah, Erdogan deve apresentar na cúpula da OTAN em Madri documentos que expõem o apoio financeiro e político fornecido pela Suécia e Finlândia ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão.
Em particular, o jornal refere-se a fotografias e números de série de armas antitanque AT-4 produzidas na Suécia e fornecidas pelo país nórdico a militantes curdos.