Panorama internacional

Turquia diz que rechaçará adesão de Suécia e Finlândia à OTAN até ver 'medidas concretas'

Ancara não pode concordar com a adesão da Finlândia e da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) sem "medidas concretas" tomadas por Helsinque e Estocolmo, disse Fahrettin Altun, chefe de mídia e comunicação do gabinete presidencial turco, nesta segunda-feira (27).
Sputnik

"Eles estão abrigando as Unidades de Proteção Popular [YPG, na sigla em curdo], a filial síria do Partido dos Trabalhadores do Curdistão [PKK, na sigla em curdo] e seguidores do [clérigo islâmico] Fethullah Gulen. Não podemos concordar com a adesão da Suécia e da Finlândia à OTAN até que tenhamos certeza que medidas permanentes e concretas foram tomadas sobre essas questões", disse Altun, em entrevista ao jornal italiano Il Messaggero.

Segundo Altun, para que Ancara endosse a adesão da Finlândia e da Suécia, a OTAN deve mostrar seu compromisso com os objetivos e valores da própria organização.

"Se esses estados, que permaneceram neutros por muitos anos, forem aceitos na OTAN, estamos comprometidos em protegê-los sob o Artigo 5. Portanto, precisamos ver que esses países entenderam os valores e objetivos da OTAN e que estão firmemente comprometidos com a segurança do povo turco. Uma das prioridades da nossa aliança é a luta contra o terrorismo. Apesar de estar na lista de organizações terroristas da União Europeia, isso não impede o PKK de arrecadar dinheiro, recrutar combatentes e fazer propaganda nos países mencionados", apontou Altun.

Fahrettin Altun, chefe de mídia e comunicação de Recep Tayyip Erdogan, presidente turco, fala a repórteres em Ancara, na Turquia, em 22 de março de 2022. Foto de arquivo
Em 18 de maio, Estocolmo e Helsinque submeteram seus pedidos de adesão à OTAN, argumentando que o conflito ucraniano mudou a situação de segurança na Europa.
Uma candidatura de adesão deve ser aprovada por unanimidade, mas a Turquia, um Estado-membro, se opôs, apontando que os dois países apoiam o PKK e as YPG, organizações consideradas terroristas por Ancara.
Para conceder seu apoio, a Turquia exige que Suécia e Finlândia mudem suas leis para proibir os grupos de organizar quaisquer eventos em seu território, extraditar aqueles que são procurados pela Turquia sob acusações de terrorismo e dar suporte a Ancara em operações militares e antiterroristas.
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