Panorama internacional

Catar sediará nova rodada de negociações nucleares entre Irã e EUA

O país árabe será o anfitrião das novas negociações indiretas entre o Irã e os EUA, por ter "laços amistosos" com Teerã, escreveu mídia.
Sputnik
A próxima rodada de negociações indiretas entre o Irã e os EUA decorrerá nos próximos dias em Doha, Catar, em vez do local habitual em Viena, Áustria, informou na segunda-feira (27) a Agência de Notícias dos Estudantes Iranianos (ISNA, na sigla em inglês).
"Espera-se que as negociações sobre o reavivamento do Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA [na sigla em inglês]) sejam realizadas nos próximos dias em Doha pelas delegações do Irã, EUA e da UE", indicou a ISNA enquanto falou sobre a reunião de Hamidreza Dehghani, embaixador iraniano no Catar, com Abdulaziz al-Khulaifi, vice-ministro das Relações Exteriores do Catar.
Mohammad Marandi, assessor de imprensa do negociador nuclear iraniano Ali Bagheri Kani, confirmou à ISNA que as conversações indiretas, facilitadas pela União Europeia, ocorreriam na capital do Catar, e disse que o Irã "escolheu o Catar para sediar as conversações devido aos laços amistosos de Doha com Teerã".
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Saeed Khatibzadeh, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, já disse no início da segunda-feira (27), citado pela agência iraniana PressTV, que nesta semana acontecerá uma nova rodada de conversações sobre a JCPOA, e que "um dos países do golfo Pérsico" as acolherá.
"A bola está na quadra de Washington. Se eles chegassem a uma resposta, um acordo seria alcançado", disse ele.
Uma fonte contou na segunda-feira (27) à agência britânica Reuters que Robert Malley, enviado especial dos EUA para o Irã, chegaria nesse dia ao Catar, e que as conversações poderiam ocorrer na terça-feira (28) e quarta-feira (29).
Em 2015, sob a administração de Barack Obama (2009-2017), os EUA se juntaram a vários países para assinar o Plano de Ação Conjunto Global (JCPOA, na sigla em inglês), que limitou o enriquecimento de urânio do Irã para evitar que Teerã criasse armas nucleares, em troca de o país ter algumas de suas sanções suspensas, incluindo na exportação do petróleo.
No entanto, o novo presidente Donald Trump (2017-2021) retirou em 2018 Washington do acordo, alegando sem provas violações por parte de Teerã, e reimpôs sanções duras ao Irã, levando a nação persa a se retirar gradualmente dos termos do acordo a partir de 2019.
Joe Biden retomou em 2021 as negociações do JCPOA, mas também impôs ao Irã mais sanções do que as que retirou. No entanto, ele tem negociado a exportação de petróleo venezuelano e iraniano em meio à subida dos preços petrolíferos desencadeada pelos crescentes embargos ocidentais ao petróleo da Rússia, que também têm aumentado os níveis de inflação.
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