"De maneira geral, a América Latina está regionalmente atrasada. Há países que sequer começaram [o processo de implementação]. A Colômbia sequer tem marco regulatório do 5G", apontou.
"Há dois fatores que dificultam a adesão ao 5G no Brasil. O primeiro é que o aparelho deve ser homologado pela Anatel e ser colocado na faixa de frequência determinada, o que as fabricantes costumam fazer. A própria Samsung já tem 23 aparelhos com 5G no Brasil. A questão é que tivemos um salto no dólar, o que já acrescentou 60% ao valor de um smartphone. O segundo aspecto é a elevada inflação a nível global. Ainda assim, eu antevejo que as operadoras devem facilitar os acessos e os preços porque têm interesse em rentabilizar, já que estão investindo bilhões de reais. Outro dado importante é que não só executivos estão mais conscientes, mas cada vez mais cientes de que as pessoas usam muitos dados. Conectividade é um direito essencial", explicou o especialista.
"Toda nova tecnologia é intangível. A diferença veio com a loja de aplicativos [da Apple], com funcionalidades muito boas. Rapidamente o smartphone se implantou. Se você começa a ter soluções de entretenimento, educação, comunicação, há adesão e o mercado como um todo se desenvolve com rapidez", acrescentou.
"Há uma infinidade de soluções ligadas à toda indústria do varejo, da realidade virtual, da realidade aumentada. Será possível simular uma compra e interagir em tempo real com um avatar de vendedora. As pessoas vão se acostumar, assim como se acostumaram ao WhatsApp. Estar numa casa onde há 5G é ter todos os dispositivos conectados nas redes. O 5G permite por volta de cem aparelhos conectados. As casas serão inteligentes, desde a ligação do interruptor de luz até a geladeira. Hotéis terão robôs que vão atender o bar e memorizar o drinque favorito do cliente, a hora que costuma beber, para que isso seja oferecido em uma próxima hospedagem", vaticinou.