Panorama internacional

Bloomberg: Boris Johnson está em 'grande perigo' enquanto 'todos no governo' falam sobre sua remoção

Um grande escândalo, desencadeado pelas festas em plena pandemia e agravado devido ao caso Pincher, agora representa uma grande ameaça para o próprio cargo de Boris Johnson como primeiro-ministro britânico. "Todos falam sobre como o remover", cita as palavras de um funcionário do governo a agência de notícias Bloomberg.
Sputnik
Na manhã de 5 de julho, muitas coisas mudaram em Westminster. Allegra Stratton, autora do artigo publicado pela Bloomberg, cita as palavras de um membro do próprio governo do primeiro-ministro britânico Boris Johnson: "Todos falam sobre como o remover".
Mais um escândalo abalou severamente o prestígio do governo de Boris Johnson, diz a Bloomberg. O primeiro-ministro britânico começou a perder consecutivamente o apoio de seus simpatizantes conservadores, ainda em meio à publicação do relatório parlamentar sobre as festas em plena pandemia da COVID-19 (Partygate) em Downing Street, durante o período de confinamento em 2020.
Agora, um procedimento falho no "caso Pincher" (escândalo relacionado a um deputado conservador acusado de assédio sexual) fez com que as eleições para o Comitê de 1922 (Comitê de Membros Privados Conservadores) pudessem devolver uma lista de parlamentares preparados para mudar as regras a fim de permitir um novo voto de confiança. O artigo supõe que Johnson possa perder. Tal resultado, de acordo com a Bloomberg, pode até levar a novas eleições de liderança no terceiro trimestre do ano que vem.
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Ministros britânicos renunciam e elevam pressão sobre Boris Johnson
Os membros do gabinete, diz Stratton, não conseguem elaborar uma opinião unida sobre o assunto. Um ministro de Johnson, entrevistado pela Bloomberg, está entre aqueles que não têm certeza se é preciso recorrer a uma nova eleição de liderança. Argumenta que efetuar as eleições no quarto trimestre deste ano, dada a inflação de 11%, seria uma loucura.
"Johnson está em um grande perigo. Um ex-aliado dele descreveu o fato de ele ser associado a um primeiro-ministro incumbente como 'humilhante'. Seus críticos no Parlamento estão com pressa, ao enfrentarem uma janela política fechando neste verão antes que os eleitores sintam um calafrio econômico", diz a publicação.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, está em um estado de alerta vermelho em meio aos sinais de uma conspiração coordenada de seus ministros para derrubá-lo, comunica um alto funcionário do governo à Bloomberg em um artigo preparado por Alex Wickham. Johnson está se preparando para mais renúncias potenciais de seu gabinete, o que assinalaria que os ministros têm conspirado para derrubar seu primeiro-ministro.
Ao mesmo tempo, de acordo com um funcionário entrevistado sob condição do anonimato, os aliados de Johnson julgam que seria quase impossível para ele sobreviver se seis ou oito ministros do gabinete decidissem renunciar. Neste caso, a renúncia em massa seria a contestação da falta completa de apoio dele.
Primeiro-ministro britânico, Boris Johnson em uma coletiva de imprensa durante uma reunião dos chefes de governo da Comunidade das Nações, 24 de junho de 2022
A representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, comentou previamente a renúncia do ministro da Saúde britânico Sajid Javid, salientando que Londres "empreendeu os esforços máximos ao confronto com a Rússia e à participação nas hostilidades na Ucrânia", tendo se esquecido dos problemas internos. Zakharova também destacou que a renúncia foi realizada, dadas "as dimensões de problemas na esfera de saúde e previdência sem precedentes".

"Não é de surpreender. Londres empreendeu os esforços máximos ao confronto contra a Rússia e à participação nas hostilidades na Ucrânia. Grandes despesas financeiras, mercenários britânicos, instrutores e forças de serviços secretos – tudo foi mobilizado para a russofobia. Não há tempo para resolver seus próprios problemas internos", escreveu Zakharova no seu canal no Telegram.

Anteriormente, o ministro das Finanças do Reino Unido, Rishi Sunak, e o ministro da Saúde, Sajid Javid, anunciaram renúncia em meio a uma série de escândalos relacionados com o primeiro-ministro britânico Boris Johnson. Ambos os ex-membros do gabinete declararam que a decisão sobre a renúncia foi tomada por razões éticas. Ambos se manifestaram nas redes sociais, explicando as razões da decisão, e publicaram suas cartas de renúncia.
Nesse contexto, na quarta-feira (6), o Parlamento britânico vai discutir o primeiro-ministro britânico Johnson em vez de tais assuntos de grande importância como o aumento do custo de vida ou a crise ucraniana, afirmou o líder do Partido Nacional Escocês, Ian Blackford.
"Ao longo das últimas 24 horas, 11 deputados do Partido Conservador renunciaram a seus cargos. Trata-se de uma crise. Só falta que uma pessoa reconheça que representa um problema [...]. Hoje vai ser realizada uma sessão de perguntas ao primeiro-ministro em que devemos discutir tais assuntos como o aumento do custo de vida e a guerra na Ucrânia, mas não vamos fazê-lo, porque vamos falar de Boris Johnson", disse Blackford ao canal de televisão Sky News.
Blackford reiterou seu apelo a Johnson para renunciar ao cargo, explicando-o pelo fato de o primeiro-ministro ter perdido a confiança do povo britânico e da Câmara dos Comuns do Reino Unido.
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Boris Johnson: ucranianos que chegam ilegalmente ao Reino Unido podem ser enviados para Ruanda
Em 6 de junho, Boris Johnson foi submetido a uma moção de desconfiança, uma votação entre os parlamentares de seu partido que definiria se ele deveria ou não ser substituído. Dos 359 conservadores no Parlamento britânico (de um total de 650 congressistas), 211 votaram a favor de Johnson e 148 votaram contra. O premiê precisava receber ao menos 180 votos favoráveis para permanecer no cargo. Mesmo assim, Johnson ainda corre o risco de perder seu cargo.
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