Os dois governos diferentes do país, ao concorrerem um com o outro, podem fazer com que a produção de petróleo no país-membro da OPEP caia até zero, diz a Bloomberg referindo-se aos dados da Rapidan Energy (grupo de consulta norte-americano).
A produção de petróleo na Líbia foi limitada a partir de meados de abril, depois de os protestantes terem forçado o fechamento de vários campos petrolíferos e portos. Segundo os colunistas, a luta entre as diferentes autoridades do país, que estão competindo entre si pelo controle sobre o país, não mostra quaisquer sinais de ter fim. "A produção vai cair ainda mais, sem qualquer resolução do conflito", acredita a Bloomberg.
A edição salienta que a crise está se desencadeando no exato momento em que os importadores de petróleo exigem o aumento dos fornecimentos.
"Os preços do petróleo subiram para mais de US$ 100 por barril após o início do conflito ucraniano e a imposição pelo Ocidente de sanções contra Moscou, o que representa em si a maior turbulência no mercado ao longo das últimas décadas", lembra a publicação.
Os preços do petróleo caíram no mês passado em meio às preocupações sobre uma possível recessão nas principais economias mundiais, diz a Bloomberg. Contudo, neste ano os preços ainda aumentaram quase 30%, provocando uma inflação enorme e aumento do custo de vida.
O presidente norte-americano, Joe Biden, planeja tentar convencer os países do Golfo a produzirem mais petróleo durante sua visita à Arábia Saudita, prevista para a sexta-feira (15). Ele também anunciou que abordaria o "impasse político na Líbia".
De acordo com os dados obtidas pela Bloomberg, as exportações do país, que possui as maiores reservas de petróleo na África, em junho se reduziram até o recorde negativo de 20 meses, que constitui 610.000 barris por dia.
A corporação petrolífera nacional suspendeu o fornecimento desde os principais portos de Es Sider e Ras Lanuf há duas semanas. Os terminais adjacentes de Brega e Zueitina não têm movimentado qualquer petróleo bruto há quase dois meses.
A Líbia mergulhou em um caos político desde a queda do líder do país Muammar Kadhafi, e seus campos do petróleo têm sido utilizados repetidamente pelas partes adversárias como um instrumento de alavancagem.