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Mourão diz que Forças Armadas não respeitam Lula e que ex-presidente 'vem falando muita bobagem'

Em comentários sobre vários assuntos, Mourão também afirmou que ele e Bolsonaro "concordam no atacado, mas têm algumas divergências no varejo" e que o orçamento secreto feito pelo Congresso e não pelo Executivo é porta de entrada para corrupção.
Sputnik
Chegando quase ao final de seu mandato como vice-presidente da República, o general Hamilton Mourão, concedeu uma série de declarações à revista Veja ontem (12) sobre a gestão do atual governo, seus "estranhamentos" com Bolsonaro, seu legado como vice e opiniões sobre o ex-presidente Lula.
Para Mourão, por conta da pandemia e do conflito na Ucrânia o governo se encaminha ao final sem ter concluído "algumas reformas que eram essenciais como a administrativa e a tributária, [as quais] entraram em compasso de espera e, consequentemente, são temas que temos que rever agora à frente".
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Sobre sua relação com Jair Bolsonaro (PL), o general acredita que não houve tensão entre os dois, mas sim um problema "de comunicação" que fez com que as mensagens chegassem "truncadas", ressaltando ainda que os dois se respeitam. Entretanto, diz também que que "estava pronto para acompanhar o presidente", mas que "pela sinalização que ele [Bolsonaro] me deu, que ele selecionaria outra pessoa [para ser vice], aí o que eu vou fazer"?, indagou.
"Ele disse: 'Você vai procurando um outro caminho que eu estou pensando em outra pessoa'. Foi tudo muito natural. Eu acho que às vezes o cara procura alguém com o pensamento mais homogêneo. Nós concordamos no atacado, mas temos algumas divergências no varejo", afirmou.
Sobre o clima de incerteza e insegurança que ronda o pleito deste ano, Mourão considera que não haverá problemas uma vez que as "Forças Armadas e o Ministério da Defesa já disseram que ninguém vai interferir em nada no processo eleitoral", no entanto, quem estaria fomentando o clima de um segundo Capitólio (fazendo referência ao que aconteceu nos EUA na eleição de Joe Bide) é criado por "uma parcela da imprensa".
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Ao se falar em Forças Armadas, a revista questiona Mourão se a corporação respeita o ex-presidente Lula. O vice-presidente diz que não e que quando se bate continência é "para o cargo" e não pela pessoa.
"Ele pode não ter o respeito, mas vamos dizer assim, como vou dizer […] ele tem o cargo. A gente quando faz continência para um superior, a gente não saúda a pessoa, a gente saúda o posto. Ele será saudado pelo posto que ocupará", respondeu, acrescentando que o petista "fala muita bobagem".
Mourão também afirma que é contra o orçamento secreto e que o Congresso "tomou de assalto o orçamento". Em sua visão, quem tem que fazer a "execução orçamentária é o Executivo, como o próprio nome está dizendo", e que passar isso para as mãos do Congresso "leva ao desperdício, ao gasto fora de controle e a possibilidade para corrupção".
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Nestas eleições, Mourão vai concorrer a uma vaga no Senado Federal pelo Rio Grande do Sul. Sobre a decisão, ele afirma que "[…] posso ir pra casa e não fazer mais nada, afinal já está de bom tamanho, 50 anos de trabalho. Mas, como gozo de boa saúde e aproveitando essa capacidade que acredito que tenho de coordenação de projeto vou concorrer ao Senado".
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