As informações foram divulgadas pelo jornal The Wall Street Journal no sábado (16).
A UE sancionou Abramovich em março por seus supostos "laços estreitos" e "acesso privilegiado" ao presidente russo Vladimir Putin, que supostamente o ajudou a acumular riqueza.
Ainda de acordo com a UE, o Kremlin se beneficiou de impostos pagos pelo grupo siderúrgico Evraz, do qual Abramovich é acionista.
O Reino Unido também impôs sanções ao magnata, obrigando-o a vender o Chelsea Football Club, de que era proprietário desde 2003, sem direito a lucrar com a venda.
Abramovich, juntamente com alguns outros empresários russos sancionados, entrou com ações separadas no Tribunal Geral da UE, disse o jornal, acrescentando que as ações estão sendo apresentadas ao tribunal desde abril, mas nenhuma audiência foi agendada ainda.
O magnata, que também possui cidadania portuguesa, disse em seus documentos que as sanções violavam seus direitos como cidadão da UE.
Se condenada, a UE deve transferir US$ 1 milhão (R$ 5,4 milhões) para a fundação de caridade, criada por Abramovich após a venda do Chelsea, para ajudar a reconstrução da Ucrânia, acrescentou o jornal.
Segundo o jornal, Abramovich também contratou advogados nos Estados Unidos.
Desde o início da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, em 24 de fevereiro, os EUA e seus aliados iniciaram a aplicação de uma miríade de sanções contra Moscou. Entre as medidas estão restrições econômicas às reservas internacionais russas e a suas exportações de petróleo, gás, aço e ferro.
A escalada de sanções transformou a Rússia, de forma disparada, na nação mais sancionada do mundo, segundo a plataforma Castellum.ai, serviço de rastreamento de restrições econômicas no mundo.
No total, estão em vigor 11.411 medidas restritivas contra a Rússia, segundo os cálculos do site. A quantidade é mais que o triplo das 3.637 sanções impostas pelo Ocidente ao Irã. Na sequência, aparecem a Síria (2.614), a Coreia do Norte (2.111), Belarus (1.133), a Venezuela (651) e Mianmar (567).