Segundo ele, cortar a "dependência energética estrutural da Rússia é muito importante".
Borrell avalia que o comércio entre a Rússia e a Europa que garante gás e petróleo ao continente "tem sido um obstáculo ao desenvolvimento de uma política europeia forte em relação às ações agressivas de Moscou".
"Essa rápida desintoxicação da energia russa envolve custos significativos para vários países e setores que teremos que enfrentar. No entanto, é o preço a pagar para defender nossas democracias e o direito internacional", disse Borrell.
Segundo o chefe da diplomacia da UE, a proibição da importação de produtos russos de alta tecnologia, em especial semicondutores, deve ter "impacto direto" nas empresas que produzem eletrônicos de consumo, computadores, aviões, carros ou equipamentos militares.
"A Rússia tentará substituir as importações por produtos domésticos. Isso foi feito, não sem sucesso, no setor agrícola após as sanções de 2014. No entanto, para produtos de alta tecnologia, é muito mais difícil de alcançar", disse.
Após o início da operação militar especial russa para ajudar a região de Donbass contra ataques de nacionalistas ucranianos, o Ocidente adotou uma série de medidas restritivas em larga escala contra Moscou. As sanções afetam o setor bancário, produtos de alta tecnologia, a exportação de combustíveis, como gás e petróleo, e parte das reservas internacionais russas.
O Kremlin critica as medidas, mas afirma que o a Rússia estava pronta para o cerco econômico ocidental.
A escalada de sanções impostas pelo Ocidente transformou a Rússia, de forma disparada, na nação mais sancionada do mundo, segundo a plataforma Castellum.ai, serviço de rastreamento de restrições econômicas no mundo.
No total, estão em vigor 11.411 medidas restritivas contra a Rússia, segundo os cálculos do site. A quantidade é mais que o triplo das 3.637 sanções impostas pelo Ocidente ao Irã. Na sequência, aparecem a Síria (2.614), a Coreia do Norte (2.111), Belarus (1.133), a Venezuela (651) e Mianmar (567).