"Decidimos após reunião. Não irei ao Paraguai", disse Bolsonaro em entrevista à rede CNN Brasil.
Com menos de 90 dias para as eleições gerais de 2022, em outubro, o presidente afirmou que tem problemas para resolver no Brasil e, por isso, não pretende ir ao evento do bloco econômico.
"O que guarda o porco é o olho do dono. Eu perturbo ministro aqui, qualquer hora da madrugada. Eles sabem que eu ligo para eles. Respondem de madrugada também, o que tem que responder, a demanda no 'zap', e eu coordeno", declarou à emissora.
Na última quinta-feira (14), Bolsonaro disse pela primeira vez que não compareceria ao evento, apesar das insistências do presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez. Os dois chefes de Estado têm uma relação de proximidade.
"Falei que não vou mais. Na política você pode voltar atrás em algumas coisas. Mas a minha decisão até o momento é de não ir ao Mercosul", disse Bolsonaro na última semana.
Essa será a primeira cúpula presencial do Mercosul depois de dois anos, em razão da pandemia de COVID-19. Além do presidente paraguaio, estão confirmados os presidentes de Argentina, Uruguai, Bolívia e Suriname e o primeiro-ministro da Guiana.
No domingo (17), o presidente sinalizou que estaria disposto a mudar de ideia e chegou a dar detalhes da viagem, que acabou sendo descartada. "Eu sairia de madrugada daqui para voltar no final da tarde. Um bate-volta [para] prestigiar o Marito, que é paraquedista como eu", contou Bolsonaro.
O evento começa na quarta-feira (20), com uma reunião dos ministros das Relações Exteriores dos países-membros e dos países associados.
Durante a atividade, a Presidência Pro Tempore do Mercosul vai migrar do Paraguai para o Uruguai, cumprindo o revezamento do bloco.