Ontem (22), a Rússia, Ucrânia, Turquia e ONU assinaram um acordo que prevê a retirada dos grãos ucranianos, bem como alimentos e
fertilizantes russos, através do mar Negro a partir de três portos, entre os quais Odessa.
Relembrou igualmente que, tanto a Rússia como a Ucrânia, estão entre os maiores produtores de grãos do mundo. No ano passado, a Rússia produziu 76 milhões de toneladas de grãos, enquanto neste ano o índice deve atingir a meta de 88 milhões de toneladas. Quanto à Ucrânia, no ano passado, o país produziu 32 milhões de toneladas, mas agora, ante o conflito no país, a produção não deve ultrapassar 20 milhões de toneladas, constatou a presidente da associação turca.
Segundo ela, o conflito na Ucrânia tem afetado primeiramente os principais importadores de grãos ucranianos: os países da África e Oriente Médio. "Esses países enfrentam uma situação difícil em meio à alta dos preços de grãos", notou a especialista, ressaltando que o acordo de Istambul permitirá eliminar os problemas de logística.
A presidente da entidade expressou ainda a confiança de que os preços de bens alimentares venham a baixar, aliviando a vida dos consumidores.
A assinatura dos documentos sobre o cancelamento das restrições à exportação de algumas mercadorias russas e sobre a assistência russa
à retirada de grãos ucranianos é uma lição para a UE e os Estados Unidos, que não conseguiram praticamente nenhuns resultados nem suas negociações sobre as questões militares e energéticas, acredita o professor da Universidade Livre de Bruxelas, Samuel Furfari.
Na opinião do analista, a Turquia e a ONU "foram capazes de trabalhar de forma mais eficaz a fim de atingir um acordo".
Conforme acredita Furfari, a assinatura do pacto de grãos atenuará a pressão nos mercados globais e ajudará a evitar a fome no Oriente Médio e África.