O secretário do Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, afirmou nesta segunda-feira (25) que a proposta do Orçamento para 2023 deverá prever o valor de R$ 400 para o Auxílio Brasil.
A cifra é abaixo da anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro, durante o evento de lançamento de sua campanha à reeleição no domingo (24). No evento, Bolsonaro abordou o tema da PEC 1/22, também chamada de PEC Kamikaze, que elevou de R$ 400 para R$ 600 o valor que será pago pelo benefício até o final deste ano. O presidente anunciou que vai manter o valor fixado em R$ 600 no próximo ano.
Outro presidenciável que vem afirmando que, caso eleito, pretende manter o valor do benefício em R$ 600 é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em uma entrevista dada ao Correio Braziliense, em outubro do ano passado, Lula destacou que o PT pretendia aumentar o benefício para R$ 600 já em 2020, durante o auge da pandemia. Ele criticou Bolsonaro por defender o aumento apenas no período de campanha.
"Bolsonaro que fez uma coisa engraçada: criou uma série de benefícios em período eleitoral que duram até dezembro", disse Lula na ocasião.
Porém, na coletiva concedida nesta segunda-feira, Colnago afirmou que seria um desafio manter o benefício fixado em R$ 600. Ele disse que a lei aprovada não obriga a manter o aumento no próximo ano, e que isso geraria um custo adicional de R$ 50 a R$ 60 bilhões aos cofres públicos, o que, segundo ele, "seria um desafio considerável para conseguir manter".
"As últimas despesas discricionárias [não obrigatórias] estavam em R$ 120 bilhões, R$ 130 bilhões [ao ano]. Então, se criar um conjunto de obrigatórias que somam R$ 50 bilhões, R$ 60 bilhões, nosso volume de discricionária vai cair para R$ 70 bilhões, o que seria muito difícil ao longo do exercício", disse Colnago.