A renovação dos contratos de Ancara com Moscou vai na contramão da decisão da União Europeia (UE) de reduzir a demanda de gás russo em 15%. Apesar de fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e buscar a adesão à UE há décadas, a Turquia segue fora do bloco europeu. Certos países da União Europeia estão isentos desse compromisso de redução obrigatória da demanda de gás da Rússia.
"Nossos principais fornecedores são Rússia, Azerbaijão e Irã. Renovamos os contratos que expiraram no novo período", disse Donmez ao canal A Haber.
Ancara pretende garantir a segurança do abastecimento de gás no país e espera não enfrentar problemas no fornecimento de energia durante o inverno.
Nesta terça-feira (26), o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, anunciou um pacto para transporte de combustíveis através do mar Negro — aos moldes do acordo selado entre a Rússia, a Ucrânia, a Turquia e a Organização das Nações Unidas (ONU).
O plano de transporte de combustíveis, por sua vez, ainda está sob elaboração em Ancara.
Na semana passada, Rússia, Ucrânia, Turquia e ONU assinaram um acordo que prevê a retirada dos grãos ucranianos, bem como de alimentos e fertilizantes russos, através do mar Negro a partir de três portos, entre os quais o de Odessa.
No sábado (23), representantes da Turquia, Rússia, Ucrânia e Nações Unidas começaram a trabalhar no centro de coordenação conjunta, com sede em Istambul, para exportações de alimentos e grãos para os mercados globais logo em seguida à assinatura do acordo.
O pacto alimentar, firmado em Istambul na última sexta-feira (22), deve promover a redução dos preços no mercado alimentar global, acredita a presidente da Associação de Fornecedores de Grãos da Turquia, Gulfem Eren.