"Será que já chegamos ao final da guerra energética entre Vladimir Putin e o Ocidente – ao ponto em que o gás vai ser desligado para sempre?"
Ross Clark, autor do artigo, lembrou que na manhã da segunda-feira (25) o transporte de gás através do gasoduto caiu até 33 milhões de metros cúbicos por dia, o que é duas vezes menos do que a quantidade registrada há dias e cinco vezes inferior às capacidades inicialmente anunciadas. Segundo o jornalista, como resultado, a Alemanha e outros países europeus estão correndo um risco grave, já que o aumento dos preços "vai ter um efeito dominó". Dessa maneira, a administração do chanceler alemão, Olaf Scholz, há pouco anunciou os planos de se recusar da energia russa, prometendo que até meados de 2024 o fornecimento de gás russo não superará 10% da demanda geral.
Contudo, de acordo com Clark, é muito provável que Berlim não consiga realizar os seus planos em meio à situação internacional atual.
"Agora a Alemanha está sem volante e vela já que é Putin quem está formando a agenda. Nos ritmos atuais de apagões, é pouco provável que daqui a dois anos a Alemanha tenha qualquer gás russo, que possa boicotar", salientou o colunista.
Em geral, a Europa está perante problemas econômicos graves, não se tratando apenas da "fome energética", acrescentou o colunista. Desse modo, concluiu, Putin conseguiu expor uma União Europeia impotente politicamente.
Nord Stream, a principal rota de abastecimento do gás da Gazprom, que é uma empresa de energia russa e a maior exportadora do gás natural do mundo, para a Europa, voltou a funcionar em 21 de julho após serviços de manutenção planejados. O transporte de gás seguiu com capacidade de 40% dos quase 170 milhões de metros cúbicos por dia, visto que contava com tais capacidades em meados de junho. A empresa explicou as restrições pelos atrasos no retorno da Siemens alemã do reparo de unidades de bombeamento de gás, utilizadas para fornecer gás pelo gasoduto. O retorno da turbina do Canadá tem se encontrado com mais dificuldades, por enquanto a turbina apenas chegou à Alemanha.
Hoje, a carga do Nord Stream é 20% abaixo das capacidades inicialmente projetadas. Na Europa, há quem regularmente declare que os problemas relacionados com turbinas não podem servir como razão real da queda do fornecimento de gás. Ao mesmo tempo, a parte russa tem salientado várias vezes que a redução do fornecimento através do Nord Stream se explica apenas pelas sanções, que provocaram os problemas com a reparação de unidades de bombeamento de gás. Assim, o presidente russo Vladimir Putin destacou que a Gazprom está cumprindo todas as suas obrigações e planeja seguir fazendo-o, fornecendo tanto gás quanto for necessário.