"O fitoplâncton tem uma importância muito grande porque, assim como uma planta, ele sintetiza o próprio alimento [...]. Assim ele retira o gás carbônico da atmosfera e na fotossíntese produz oxigênio. É um serviço de importância fundamental para a sobrevivência humana no planeta", explica o oceanógrafo à Sputnik.
"É uma situação preocupante, porque isso começa a mostrar que o equilíbrio do planeta está mudando. E o planeta pode mudar para uma outra situação de equilíbrio que não comporte a vida humana", alerta.
Influência humana é provável causa do problema
"A diminuição dos plânctons vai muito além do fertilizante e do plástico, porque isso aí, principalmente os poluentes químicos, fica circunscrito a uns 200 km, 300 km em torno do litoral. Nós temos muito mais oceano para dentro", especula o pesquisador.
"Esses sais minerais dependem da circulação oceânica, mas não uma circulação superficial, uma circulação de fundo do oceano, abaixo dos 3.000 m de profundidade. Essa água que aflora em determinados pontos do oceano é que faz com que essa vida do fitoplâncton se desenvolva", afirma.
Conhecimento limitado dos oceanos é entrave na busca de soluções
"A gente ainda tem muita dificuldade de ir para os oceanos, tanto é que os estudos oceanográficos de larga escala, hoje, são feitos com mais eficácia por meio de imagens de satélite", afirma.
"Isso foi a estratégia adotada pela ONU, que pôs luz e foco em cima de algo que passava despercebido por nós, porque a gente não conhece o que são os oceanos. E na hora que ela coloca luz sobre os oceanos, a gente começa a criar opinião pública, que é o que vai afetar, digamos assim, o comando e as grandes decisões políticas dos líderes dos vários países do mundo", aponta.