Segundo a rede de TV Set News, Pelosi desembarca em Taipé na terça-feira (2) às 22h30 do horário local (11h30 de Brasília). A parlamentar, que faz uma turnê pela Ásia, vai se encontrar com a líder taiwanesa Tsai Ing-wen na quarta-feira (3), às 08h00 do horário local (21h00 de Brasília).
O encontro ainda não foi confirmado oficialmente. O Ministério das Relações Exteriores de Taiwan se negou a comentar a possível reunião entre Tsai e Pelosi.
Autoridades chinesas alertaram que a visita da parlamentar norte-americana à região poderia provocar instabilidade.
A Casa Branca não confirmou a viagem, mas disse que, se ela for, "não muda em nada" as relações dos EUA com Pequim. Em coletiva, o coordenador de comunicações estratégicas do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, afirmou que Pelosi não conversou diretamente com Joe Biden, presidente dos EUA, sobre a ida a Taiwan.
"A presidente da Câmara tem o direito de visitar Taiwan. Não há razão para Pequim transformar uma possível visita em algum tipo de crise", disse Kirby.
Washington ainda negou que Pelosi tenha sido aconselhada pelo Pentágono a não ir a Taipé.
Nesta segunda-feira (1º), o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China Zhao Lijian afirmou que os militares de Pequim nunca "ficariam de braços cruzados" se ela visitasse Taiwan.
Pequim afirma que o encontro de Pelosi com a líder taiwanesa fere a política de uma só China.
De acordo com Zhao Lijian, a visita seria "uma interferência grosseira nos assuntos internos da China", e a atitude levaria a "desenvolvimentos e consequências muito graves".
A China ainda vê as visitas de autoridades americanas a Taiwan como um sinal encorajador para o campo pró-independência na ilha. A Casa Branca tentou minimizar o encontro e reforçou que não tem laços diplomáticos oficiais com Taipé.
As tensões China–EUA em torno de Taiwan começaram a aumentar desde o primeiro dia da presidência de Joe Biden, com Pequim criticando Washington por convidar o representante diplomático da ilha para a posse em Washington. Nos 18 meses desde então, Biden sugeriu repetidamente que os EUA viriam em defesa de Taipé em caso de "agressão" chinesa, rompendo com a política de "ambiguidade estratégica" de seus antecessores em relação à ilha.