A China fará todo possível para se reunir pacificamente com Taiwan, mas não descarta uma ação militar contra a ilha para acabar com os sentimentos separatistas. É o que disse o chefe do departamento de desarmamento do Ministério das Relações Exteriores da China, Fu Tsong, em entrevista concedida à Ria Novosti, à margem da 10ª conferência de Revisão das Partes do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
"Faremos o possível para unir o país pacificamente. A razão pela qual não desistimos da possibilidade de uma solução militar é que devemos conter o potencial separatista para que não vá longe demais", disse Fu Tsong.
Apesar da declaração, Tsong ressaltou que "o uso de armas nucleares não está na agenda" de Pequim.
"Neste caso em particular, não acho que as armas nucleares estejam na agenda. Mas em termos de que tipo de contramedidas a China vai tomar, temos que esperar. Fique tranquilo, haverá fortes contramedidas contra os EUA."
A declaração de Tsong vem na esteira da visita da presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, a Taiwan. Segunda na linha de sucessão do presidente americano, Joe Biden, Pelosi desembarcou na ilha nesta terça-feira (2), sob um forte clima de tensão, para uma visita considerada por analistas como uma provocação desnecessária e uma intervenção americana em assuntos internos da China.
"Nossa visita reitera que os Estados Unidos estão com Taiwan: uma democracia robusta e vibrante e nosso importante parceiro no Indo-Pacífico", escreveu Pelosi, em sua conta no Twitter após desembarcar na ilha.
Na segunda-feira (1º), Pequim já havia advertido que tomaria ações em resposta à visita de Pelosi. Na ocasião, o embaixador de Pequim na ONU, Zhang Jun, alertou que a visita prejudicaria a relação entre EUA e China.