Panorama internacional

Em uma década, Nova Rota da Seda da China já mobilizou quase US$ 932 bilhões

Afetada por sanções, Rússia não recebeu nenhuma cifra em investimentos ou financiamentos por parte da iniciativa chinesa no primeiro semestre deste ano.
Sputnik
O ambicioso projeto chinês de ampliar sua rede de comércio, investimento e influência pela Ásia, Europa e África, intitulado Belt and Road Initiative, também chamado de Nova Rota da Seda, chegou este ano à cifra de US$ 932 bilhões (cerca de R$ 4,6 trilhões). Os dados são de um relatório publicado em 24 de julho, pelo think tank Green Finance & Development Center, da Universidade de Fudan, em Xangai.
Dois pontos, em especial, chamam atenção no relatório. O primeiro é a redução dos investimentos e financiamentos em projetos de energia limpa. Os investimentos em iniciativas do setor, que abrange energia solar, eólica e hidrelétricas, caíram 22% no primeiro semestre deste ano, comparado ao mesmo período do ano anterior.
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Em contraponto, o relatório aponta que não houve investimento ou financiamento de projetos envolvendo o carvão como fonte de energia. Já os setores de petróleo e gás constituíram 80% dos investimentos chineses em outros países, e 66% dos contratos de construção firmados pelo governo chinês.
Outro ponto de destaque é a preferência da China por projetos firmados na Arábia Saudita, em detrimento da Rússia. No primeiro semestre deste ano, a cifra dos projetos firmados pela iniciativa, entre investimentos e financiamentos, ficou em US$ 28,4 bilhões (cerca de R$ 142 bilhões), uma ligeira queda em relação aos US$ 29,6 bilhões (cerca de R$ 148 bilhões), registrados no ano anterior. Deste total, a maior beneficiária foi a Arábia Saudita, com US$ 5,5 bilhões (cerca de R$ 27,5 bilhões), seguida da República Democrática do Congo, com US$ 600 milhões (cerca de R$ 3 bilhões) e da Indonésia, com US$ 560 milhões (cerca de R$ 2,8 bilhões).
Já a Rússia, afetada por sanções ocidentais, não foi alvo de nenhum investimento ou financiamento por parte da iniciativa chinesa. Pequim, no entanto, continua apoiando politicamente Moscou e comprando gás e petróleo da Rússia.
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