Principais líderes do Talibã discutiram nesta quarta-feira (3) como responder ao ataque de drone com míssil dos EUA em Cabul no domingo (31) no qual Washington diz ter matado o líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, disseram três fontes do grupo ouvidas pela Reuters.
"Há reuniões em um nível muito alto sobre se eles devem reagir ao ataque de drones e, caso decidam, qual é a maneira correta", disse à mídia um líder do grupo que ocupa uma posição importante no sistema.
O funcionário, assim como o próprio Talibã, não confirmou se Al-Zawahiri estava na casa que o míssil atingiu. Autoridades do grupo islâmico, aliados de longa data da Al-Qaeda, inicialmente confirmaram o ataque de drone no domingo (31), mas disseram que a casa atingida estava vazia.
A reação do Talibã pode ter repercussões significativas à medida que o grupo busca legitimidade internacional e acesso a bilhões de dólares em fundos congelados, após a derrota de um governo apoiado pelos EUA há um ano.
Al-Zawahiri, um médico egípcio, esteve intimamente envolvido nos ataques de 11 de setembro de 2001 em Nova York e era um dos homens mais procurados do mundo. Sua morte em Cabul levanta questões sobre se ele recebeu refúgio do Talibã, que havia garantido a Washington, como parte de um acordo de 2020 sobre a retirada das forças lideradas pelos EUA, que eles não abrigariam outros grupos militantes.
De acordo com a mídia, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que o Talibã "violou grosseiramente" o acordo ao hospedar e abrigar o líder da Al-Qaeda.
Suhail Shaheen, o representante designado do Talibã nas Nações Unidas, com sede em Doha, disse a jornalistas que não recebeu nenhuma palavra sobre a posição do grupo.
"Estou aguardando detalhes e reação de Cabul", disse ele a repórteres em mensagem.