"Gostaria de falar diretamente. Tive uma conversa com o [presidente] Xi Jinping há um ano... Desde o início da 'agressão em larga escala' em 24 de fevereiro, pedimos oficialmente uma conversa, mas [não tivemos] nenhuma conversa China, embora eu acredite que isso seria útil", declarou Zelensky ao jornal South China Morning Post.
Na entrevista, Zelensky apostou suas fichas em uma tentativa de desgastar o relacionamento diplomático e econômico que a China mantém com a Rússia.
Para isso, elogiou o Estado chinês e insinuou que o país asiático deixasse de lado o bom relacionamento comercial e bilateral com o Kremlin.
"[A China] É um estado muito poderoso. É uma economia poderosa… Então pode influenciar política e economicamente a Rússia. E a China é [também] é membro permanente do Conselho de Segurança da ONU. Tenho certeza de que sem o mercado chinês [aberto] para a Federação da Rússia a Rússia estaria sentindo um isolamento econômico completo", afirmou.
A China marcou uma posição de neutralidade diante da operação militar especial da Rússia na Ucrânia, desencadeada em 24 de fevereiro.
Publicamente, a diplomacia chinesa já pediu o cessar-fogo imediato na Ucrânia e retomada de diálogo entre as partes envolvidas.
Tais apelos, no entanto, foram ignorados por Kiev.
Hoje (3), o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, descartou que o acordo de grãos leve a uma tentativa de negociações de paz entre ambos os países.
"Em relação aos sinais mais encorajadores que a Turquia está enviando após o acordo de grãos, dizendo que é um pré-requisito para um acordo mais amplo entre a Ucrânia e a Rússia, não compartilhamos desse tipo de otimismo", disse Kuleba.
Muitos países ocidentais e alguns de seus aliados condenaram a operação militar especial da Rússia na Ucrânia, chamando-a de "invasão", além de impor sanções à Rússia.
Ao mesmo tempo, a China, como muitas outras nações asiáticas, africanas e latino-americanas, recusou-se a aderir às sanções.
Além disso, a Rússia aumentou drasticamente as exportações de petróleo para a China desde 24 de fevereiro.