As declarações do diplomata foram dadas nesta sexta-feira (5) durante a reunião com seu colega chinês, Wang Yi, às vésperas das reuniões ministeriais da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN, na sigla em inglês).
"Assim como eles decidiram fazer da Ucrânia uma ameaça à Federação da Rússia e durante muitos anos ignoraram as políticas racistas do regime de Kiev, que destruíram tudo o que era russo. Da mesma forma, como no caso da visita da senhora Nancy Pelosi a Taiwan, eles ignoraram todos os seus próprios princípios que eles proclamaram publicamente, e convenceram todos a aderirem, inclusive enganando a si mesmos", disse Lavrov.
Ontem (4), a China deu início a um exercício militar de larga escala em seis áreas marítimas e aéreas em torno de Taiwan. A medida é uma resposta à visita da presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, que esteve na ilha na terça-feira (2).
As tensões entre a China e a ilha, que Pequim reivindica como parte de seu território, explodiram após a visita da congressista norte-americana. Anteriormente, o governo chinês alertou contra a viagem de Pelosi, prometendo retaliação caso os planos da democrata fossem mantidos.
Pequim defende a chamada política da "Uma só China", que prega a integridade territorial do país incluindo locais com certa autonomia, como Hong Kong e Taiwan.
A política é seguida pela maior parte dos países, sendo que apenas 14 governos reconhecem Taiwan como um país.
Oficialmente, os EUA não reconhecem Taipé, mas têm ampliado o apoio à região, incluindo militarmente.