A fabricante de telefones Apple advertiu seus fornecedores de Taiwan para que sigam estritamente as normas chinesas que os proíbem especificamente de marcar os artigos "Made in Taiwan", evitando possíveis rupturas, escreve na sexta-feira (5) a revista japonesa Nikkei Asia.
Segundo uma regra antiga, peças e componentes fabricados em Taiwan, um território autogovernado desde que se separou da China continental em 1949, mas que é visto por Pequim como uma parte inalienável do país, têm que ser rotulados como "Taiwan, China" ou "Taipé chinês", apesar de o governo taiwanês solicitar que suas exportações sejam rotuladas como sendo originárias de "Taiwan" ou "República da China", o nome oficial da ilha.
A medida, que vem após a visita a Taiwan de Nancy Pelosi, presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, é feita para evitar que os carregamentos sejam retidos e inspecionados pela alfândega chinesa, contaram as fontes da mídia, havendo a possibilidade de as multas por violação das regras chegarem a 4.000 yuanes (R$ 3.055). Na pior das hipóteses, o transporte pode até ser bloqueado, teria indicado um informante.
Taiwan é o maior produtor mundial de microchips, com os chips da TSMC (Taiwan Semiconductor Manufacturing Company) usados em uma grande variedade de celulares, incluindo os iPhones, e também em outros dispositivos de comunicação, rádios, televisores, equipamentos médicos e videojogos. A Apple é responsável por cerca de um quinto da receita anual da TSMC, e a América do Norte é o maior mercado da empresa. De acordo com o site da empresa, a TSMC produz mais de 12.300 produtos para 535 clientes em todo o mundo.
A Apple está preparando o lançamento de sua próxima geração de iPhone no final de 2022, e está altamente dependente da China continental e de Taiwan para fabricar o componente mais crucial do produto.