Na sexta-feira (5), o porta-aviões Navio Aeródromo São Paulo, o maior que o Brasil já teve, começou o seu percurso para um estaleiro em Istambul onde uma empresa turca – que o adquiriu em um leilão da Marinha brasileira realizado no ano passado – o espera para ser sucateado, conforme noticiado.
Porém, uma liminar da Justiça ordenando que o navio voltasse para a Baía de Guanabara foi lançada na quinta-feira (4) e esperava-se que o decreto, junto aos esforços de defensores do patrimônio marítimo como membros do Instituto São Paulo/Foch, fizesse a embarcação retornar no final de semana.
Contudo, segundo o jornal O Globo, o porta-aviões realmente não voltou e segue seu curso para a Europa. Na noite de domingo (7), a embarcação estava na altura do Espírito Santo e Bahia.
"O navio saiu do Brasil e já está em águas internacionais, mas acompanhando a costa brasileira. Ontem [7], por volta das 23h00 ele estava entre Espírito Santo e Bahia. Tem que levar em consideração que com essa frente fria o mar deve está agitado", informou o ex-soldado da Força Aérea Brasileira, Emerson Miura, à mídia.
A venda da embarcação contou com uma série de irregularidades processuais na execução do leilão, como negativa de recurso e inversão de fases, e também o fato de que não foram feitos os devidos estudos ambientais, necessários pelo fato do navio possuir toneladas de amianto em seu interior, relatou o Instituto São Paulo/Foch.
De acordo com o colunista Ancelmo Gois, ambientalistas de Izmir, uma cidade turca, convocaram protestos contra o porta-aviões brasileiro dizendo que "Izmir não é a lixeira do mundo", com medo de que a importação trouxesse o amianto que é extremamente tóxico.
O porta-aviões São Paulo da classe Clemenceau foi construído na França, entre 1957 e 1960, e chama a atenção pelas suas dimensões: são 266 metros de comprimento e um peso de 32,8 mil toneladas.
Em 2000, a embarcação foi adquirida pelo governo brasileiro, a um custo de US$ 12 milhões (cerca de R$ 62 milhões) e serviu à Marinha até 2014, segundo a mídia.