Na última semana, a Marinha do Brasil havia agendado, para os dias 16 e 17 de agosto, um exercício de tiros na ilha Sapata, que faz parte da zona de amortecimento do Refúgio de Vida Silvestre do Arquipélago de Alcatrazes, no litoral norte paulista.
Por se tratar do período reprodutivo de aves migratórias e de migração de baleias pela região, a notícia causou uma imediata repercussão na sociedade civil. Parlamentares e ambientalistas denunciaram a iniciativa da Marinha do Brasil, que recuou com a ideia de bombardear a região.
Em nota ao portal G1, a Marinha informou que a atividade foi adiada, mas que a razão para isso está ligada a "motivos meteorológico, e entre outros".
Entidades como o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que gerencia as áreas protegidas do Núcleo de Gestão Integrada Alcatrazes, criticaram a ideia do bombardeio.
A prática é restrita à Ilha Sapata e um quilômetro do mar no seu entorno, como parte de acordo firmado entre os órgão militar e ambiental.
A ilha de Alcatrazes, a principal do arquipélago, foi utilizada como alvo para treinamentos de tiro até 2013, quando foi substituída pela ilha Sapata. O último exercício de tiros realizado na ilha foi no ano passado, dentro do período acordado.
No acordo costurado com a Marinha para criação da unidade de conservação, foi decidido que a ilha ficaria de fora do traçado do refúgio justamente para que o órgão militar fizesse seus treinamentos lá, e não nas demais ilhas do arquipélago, hoje protegidas.