A União Europeia (UE) apontou, neste sábado (13), alguns "contratempos" por parte da Geórgia no ano passado na implementação de reformas sob o Acordo de Associação.
Em seu relatório anual sobre implementação do Acordo de Associação, Bruxelas reconheceu que Tbilisi continua "seu caminho de reformas" em circunstâncias difíceis – em meio à recuperação da pandemia de COVID-19 e à operação militar especial russa em andamento na Ucrânia.
"No entanto, vimos retrocessos nas principais áreas de Estado de direito, governança e direitos humanos", disse o chanceler da UE, Josep Borrell.
Ele instou Tbilisi, cuja "perspectiva europeia" foi formalmente reconhecida pelo bloco em junho, a adotar "uma abordagem responsável e conscienciosa que corresponda aos objetivos declarados e às aspirações de seus cidadãos".
O comissário da UE para ampliação, Oliver Varhelyi, disse que "a bola está agora no campo da Geórgia". Segundo ele, "um compromisso sério com a consolidação democrática, as reformas judiciais, o fortalecimento do Estado de Direito, bem como a luta contra a corrupção e o crime organizado serão fundamentais".
A UE comprometeu-se a continuar a apoiar a soberania e a integridade territorial da Geórgia, bem como o processo de reformas e o desenvolvimento econômico do país.
O relatório de implementação do Acordo de Associação foi publicado antes do Conselho Anual de Associação UE-Geórgia, que vai acontecer em 6 de setembro, disse Bruxelas.
No mês passado, a Comissão Europeia anunciou que decidiu "não apressar a elite política georgiana" e dar a Tbilisi "tempo suficiente" para trabalhar nas reformas necessárias para conceder o status de candidato. O representante da Comissão Europeia no Parlamento Europeu, Michael Rupp, disse que uma avaliação da implementação pela Geórgia das prioridades definidas pela UE em junho não vai ocorrer antes de 2023.
O Acordo de Associação entre a UE e a Geórgia entrou em vigor em 1º de julho de 2016. Em 3 de março deste ano, uma semana depois de Moscou lançar sua operação militar na Ucrânia, Tbilisi apresentou um pedido de adesão à UE. Embora a Geórgia não tenha recebido o status de candidato, em 23 de junho o bloco reconheceu "a perspectiva europeia" do país e confirmou sua disposição "de conceder o status de candidato assim que as prioridades pendentes forem abordadas". No mesmo dia, o bloco europeu concedeu o estatuto de candidato à Ucrânia e à Moldávia, que também se candidataram à adesão à UE após o lançamento da operação militar da Rússia.
O Conselho Europeu afirmou em junho que o progresso de cada país rumo à adesão vai depender não apenas do cumprimento dos critérios, mas também da "capacidade da UE de absorver novos membros".
A Rússia criticou a estratégia de expansão do bloco, dizendo que conceder o status de candidato à UE à Ucrânia e à Moldávia prova que o objetivo político da união é "conter" a Rússia.