Durante entrevista ao jornal sueco Dagens Nyheter, Scholz rebateu as críticas que tem recebido pela demora em enviar munições à Ucrânia e enfatizou a importância de uma linha direta de contato com Moscou.
"Por mais difícil que seja, a comunicação direta é importante, especialmente durante uma crise. Quero que nossas mensagens cheguem diretamente ao presidente da Rússia", disse Scholz.
Segundo o chanceler alemão, os contatos tem como objetivo transmitir a posição da Europa ao presidente russo.
Scholz, no entanto, disse que não considerava possível normalizar as relações entre a Rússia e a Alemanha no "futuro previsível".
Após o início da operação especial russa de desnazificação e desmilitarização da Ucrânia, o Ocidente endureceu a pressão sobre Moscou. Vários países anunciaram o congelamento de ativos russos, múltiplas empresas estrangeiras abandonaram o país. A União Europeia aprovou já seis pacotes de sanções, inclusive o embargo contra o carvão e petróleo russos.
Porém, as medidas causaram problemas no próprio Ocidente, provocando alta nos preços dos produtos alimentares e combustíveis e resultando em uma inflação galopante.
A Alemanha, que está entre os países que fortaleceram a pressão das sanções contra Moscou, enfrenta uma crise energética em razão do boicote à Rússia.
O Kremlin qualificou as sanções de "guerra econômica sem precedentes" e tomou medidas de resposta, tendo proibido aos investidores estrangeiros retirar dinheiro do sistema financeiro russo e obrigado os compradores europeus de gás a pagar em rublos.