"A situação no Afeganistão, um ano depois que o Talibã (sob sanções da ONU por atividades terroristas) chegou ao poder, tornou-se uma tragédia não apenas para o povo afegão, mas também para todos os países da OTAN", admitiu Jens Stoltenberg.
"O que vimos no ano passado é, na verdade, um grande revés e uma tragédia para o Afeganistão, mas também para todos os aliados e parceiros que trabalharam tanto para criar um Afeganistão mais pacífico e democrático", disse ele durante uma coletiva de imprensa.
Segundo o secretário-geral da OTAN, os países ocidentais conseguiram lidar com o terrorismo em território afegão, mas não cumpriram a tarefa "muito mais ambiciosa" de construir um "Estado livre e democrático".
O governo afegão interino liderado pelo Talibã chegou ao poder no outono passado após a retirada das tropas americanas do país e o colapso do governo apoiado pelos EUA.
A tomada do poder pelo Talibã desencadeou desordem econômica e escassez de alimentos que levaram o país à beira de uma crise humanitária.
Milhares de afegãos fugiram do país com medo do Talibã, da violação generalizada dos direitos humanos e da privação de liberdade de mulheres e meninas.
Ontem (16), o Ministério das Relações Exteriores da Rússia informou que o congelamento de ativos afegãos pelo Ocidente paralisou o setor bancário do país e setores relacionados da economia.
A situação praticamente privou o Afeganistão da chance de abandonar a produção de drogas como motor de sua economia, disse à Sputnik o diretor do Departamento de Novos Desafios e Ameaças do MRE russo, Vladimir Tarabrin.
"Nestas condições mais difíceis, o cultivo de papoula de ópio e a produção de drogas continuam sendo quase a única fonte de renda para a população afegã. Dada a seca, a falta de sementes e fertilizantes, as perspectivas de sua substituição por cultivos legais dificilmente pode ser visto", disse o diplomata.