Nesta quarta-feira (17), ao discursar para estudantes da Universidade Católica do Chile através de videoconferência, o líder ucraniano, Vladimir Zelensky, acusou Moscou de tentar impedir contatos ucranianos com países da América Latina, e pediu que os líderes da região intensifiquem as relações bilaterais com Kiev, segundo o jornal O Globo.
"Creio que não temos comunicações suficientes entre nossos países em nível dos líderes, em nível de relações bilaterais, e acho que isso tem que ser corrigido. […] É preciso entender que a Federação da Rússia trata de impedir nossos contatos com países da América Latina, porque tem sua própria influência [na região]", afirmou.
Zelensky também pediu às nações latino-americanas para apoiarem as sanções contra a Rússia, relata a mídia.
Desde o início do conflito, o presidente ucraniano realizou uma série de conferências pedindo ajuda internacional aos Estados Unidos, e a diversos países da Europa e do Sudeste Asiático, sendo essa a primeira vez que discursou para América Latina.
Líderes da região expressaram diferentes posições em relação à operação russa, enquanto alguns foram categóricos em seu apoio a Zelensky, outros mantiveram certa distância, como o Brasil e Argentina, cujos presidentes, Jair Bolsonaro e Alberto Fernández estiveram em Moscou pouco antes do início da operação em fevereiro.
Em meados de julho, o presidente brasileiro conversou com seu homólogo ucraniano e, após o telefonema, Zelensky pediu, através de uma publicação em seu Twitter, que Bolsonaro aderisse às sanções contra a Rússia, conforme noticiado.
Já o presidente chileno Gabriel Boric, condenou publicamente a operação de Moscou e se comunicou diretamente com o próprio Zelensky após tomar posse, segundo a mídia.
No domingo (14), o chefe de Estado ucraniano concedeu declarações nas quais afirmou que continuará a tentar expandir laços com a América Latina e com a África.