Panorama internacional

Pela 1ª vez em 60 anos, Cuba vai permitir a entrada de investidores estrangeiros no país

A medida é uma grande mudança para o governo e derruba uma política de Fidel Castro dos anos 1960 de nacionalizar o varejo. A abertura faze parte da Tarefa Ordenamento, um projeto de reforma econômica cubano iniciado em 2021.
Sputnik
Nesta quarta-feira (17), o governo cubano anunciou que permitirá a entrada de investidores estrangeiros em seu comércio atacadista e varejista após 60 anos de portas fechadas. De acordo com a revista Veja, a ilha vai autorizar a abertura de lojas para atender a demanda nacional e também promoverá a criação de empresas mistas, com participação privada e estatal, para o varejo.
A vice-ministra de Comércio Exterior, Ana Teresita González Fraga, anunciou a criação de empresas estatais destinadas a prestar serviços de comércio exterior com "disposições mais flexíveis" do que as demais empresas gerenciadas pelo Estado.
Fraga ainda destacou que o objetivo é gerar impactos imediatos nas ofertas das lojas que vendem em dólares e em moeda nacional.

"As ações adotadas até agora foram insuficientes pra frear complexa situação econômica do país. Ainda há desabastecimento no mercado interno e não houve impacto no comércio atacadista", destacou a vice-ministra citada pelo Brasil de Fato.

O ministro da Economia, Alejandro Gil, disse que a medida vai permitir "ampliar e diversificar a oferta à população e contribuir para a recuperação da indústria nacional".
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O governo espera que os investidores estrangeiros também atuem como financiadores de agentes nacionais que possam converter-se em fornecedores de produtos. A prioridade é abastecer o mercado com produtos alimentícios, itens de higiene pessoal e equipamentos para a geração de eletricidade com fontes renováveis de energia.
"Hoje temos capacidades instaladas no país que por falta de financiamento não podem produzir bens de consumo", explicou Fraga.
A ministra do Comércio, Betsy Díaz Velázquez, complementou os comentários de seus colegas afirmando que "o efeito da medida, que deverá começar com vendas em dólares, é incrementar a oferta em pesos cubanos e, com isso, conter o aumento dos preços e estabilizar a oferta, uma das maiores dificuldades que temos hoje".
Desde 1961, Cuba enfrenta um bloqueio econômico aplicado pelos Estados Unidos que já gerou US$ 147,8 bilhões (R$ 763,7 bilhões) em prejuízos, segundo relatório do governo.
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