"É vergonhoso que a União Europeia esteja pensando em acusar de todos os pecados cidadãos comuns, enquanto o bloco segue permitindo o fornecimento de combustíveis para a Europa pelos gigantes energéticos estatais russos", escreveu o colunista.
De acordo com Nattrass, isso acontece apenas por causa de os líderes europeus terem sido incapazes de superar a crise energética sem o fornecimento dos combustíveis da Rússia. Ao mesmo tempo, é preciso para eles manter a eficiência demonstrativa do regime sancionatório.
"A fim de manter as sanções, as autoridades da UE estão prontas para recorrer a ações de relações públicas contra o presidente Putin. […] A proibição da emissão de vistos para os russos contradiz os princípios ocidentais da liberdade e da tolerância", salientou Nattrass.
O jornalista constatou o fato de a Europa ter ficado sem ideias de como tentar enfraquecer mais a Rússia, salientando que a proposta sobre a proibição da emissão de vistos apenas expôs a fraqueza do bloco.
Nesse contexto, certos políticos na Europa também se manifestam contra tal provocação. Assim, o líder do partido de direita alemão Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão), Tino Chrupalla, disse à Sputnik que as restrições de uma série de países europeus de emitir vistos para os russos impulsiona sentimentos antirrussos, contribuindo ainda mais para a escalada da situação.
"Tal passo impulsiona sentimentos antirrussos e contradiz os costumes de países civilizados. Tenho medo de que isso contribua para a escalada da situação e torne as negociações de paz ainda mais difíceis", defendeu Chrupalla.
Anteriormente, Vladimir Zelensky apelou para os países ocidentais fecharem as fronteiras para os cidadãos russos por um ano, a fim de "testemunhar o resultado". Em uma entrevista ao jornal The Washington Post, Zelensky chamou a proibição de viagens ao exterior de "as sanções mais significativas" contra os russos.
Ao mesmo tempo, o governo alemão colocou na agenda o projeto da decisão da UE de proibir a emissão de vistos Schengen para os cidadãos russos no âmbito de mais um pacote de sanções. Além disso, o parlamento letão emitiu um comunicado, em que apelou para os países da União Europeia deixarem de emitir vistos para os cidadãos da Rússia e de Belarus.
Moscou considera as propostas de banir vistos para todos os cidadãos da Rússia uma demonstração chauvinista. Segundo declarou o vice-chefe do departamento de Informação e Imprensa da chancelaria russa, essas declarações dos políticos europeus vão acarretar consequências, enquanto os países terão de "pagar por elas". Conforme o senador russo Konstantin Kosachev, a perspectiva de banir os russos do direito de receber vistos Schengen contradiz os compromissos da UE no campo dos direitos humanos e as leis em vigor do próprio bloco.