Panorama internacional

Na Europa soam críticas à ideia de proibir emissão de vistos Schengen para cidadãos russos

Uma eventual proibição da emissão de vistos para os cidadãos russos, que está sendo discutida na União Europeia, representa uma perspectiva vergonhosa, afirmou o jornalista William Nattrass em seu artigo para a edição norte-americana The Wall Street Journal.
Sputnik

"É vergonhoso que a União Europeia esteja pensando em acusar de todos os pecados cidadãos comuns, enquanto o bloco segue permitindo o fornecimento de combustíveis para a Europa pelos gigantes energéticos estatais russos", escreveu o colunista.

De acordo com Nattrass, isso acontece apenas por causa de os líderes europeus terem sido incapazes de superar a crise energética sem o fornecimento dos combustíveis da Rússia. Ao mesmo tempo, é preciso para eles manter a eficiência demonstrativa do regime sancionatório.

"A fim de manter as sanções, as autoridades da UE estão prontas para recorrer a ações de relações públicas contra o presidente Putin. […] A proibição da emissão de vistos para os russos contradiz os princípios ocidentais da liberdade e da tolerância", salientou Nattrass.

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O jornalista constatou o fato de a Europa ter ficado sem ideias de como tentar enfraquecer mais a Rússia, salientando que a proposta sobre a proibição da emissão de vistos apenas expôs a fraqueza do bloco.
Nesse contexto, certos políticos na Europa também se manifestam contra tal provocação. Assim, o líder do partido de direita alemão Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão), Tino Chrupalla, disse à Sputnik que as restrições de uma série de países europeus de emitir vistos para os russos impulsiona sentimentos antirrussos, contribuindo ainda mais para a escalada da situação.
"Tal passo impulsiona sentimentos antirrussos e contradiz os costumes de países civilizados. Tenho medo de que isso contribua para a escalada da situação e torne as negociações de paz ainda mais difíceis", defendeu Chrupalla.
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Anteriormente, Vladimir Zelensky apelou para os países ocidentais fecharem as fronteiras para os cidadãos russos por um ano, a fim de "testemunhar o resultado". Em uma entrevista ao jornal The Washington Post, Zelensky chamou a proibição de viagens ao exterior de "as sanções mais significativas" contra os russos.
Ao mesmo tempo, o governo alemão colocou na agenda o projeto da decisão da UE de proibir a emissão de vistos Schengen para os cidadãos russos no âmbito de mais um pacote de sanções. Além disso, o parlamento letão emitiu um comunicado, em que apelou para os países da União Europeia deixarem de emitir vistos para os cidadãos da Rússia e de Belarus.
Moscou considera as propostas de banir vistos para todos os cidadãos da Rússia uma demonstração chauvinista. Segundo declarou o vice-chefe do departamento de Informação e Imprensa da chancelaria russa, essas declarações dos políticos europeus vão acarretar consequências, enquanto os países terão de "pagar por elas". Conforme o senador russo Konstantin Kosachev, a perspectiva de banir os russos do direito de receber vistos Schengen contradiz os compromissos da UE no campo dos direitos humanos e as leis em vigor do próprio bloco.
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