"As propostas europeias no projeto sobre o acordo nuclear com o Irã preveem uma multa para os Estados Unidos em caso de outra retirada do acordo", disseram as fontes.
O negociador-chefe iraniano e vice-chanceler do país, Ali Bagheri Kani, disse à mídia iraniana nesta sexta-feira (19) que "o acordo prevê a impossibilidade de os EUA se retirarem por três anos se o próximo presidente norte-americano quiser".
"Anunciaremos por escrito que concordamos em reexecutar as obrigações do acordo nuclear, e, neste dia, as ordens emitidas por [Donald] Trump [ex-presidente dos EUA] contra o Irã serão canceladas. Outro ponto é que nossos materiais nucleares permanecerão no Irã até o dia em que o acordo entrar em vigor e não serão descartados", disse Kani.
O principal negociador nuclear do Irã, Ali Bagheri Kani, após conversas sobre o JCPOA, em Viena, na Suíça, em 4 de agosto de 2022. Foto de arquivo
© AFP 2023 / ALEX HALADA
Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (18), o governo de Joe Biden, presidente dos EUA, informou que Washington não daria a Teerã novas concessões para reviver o programa. A nota, emitida pelo Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca (NSC, na sigla em inglês), rechaça publicações da imprensa sobre o assunto.
O texto também rejeita declarações do senador republicano Jim Risch, membro do Comitê de Relações Exteriores do Senado, que chegou a sugerir que os EUA estavam considerando fornecer ao Irã garantias que incluíam encerrar a investigação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), proteger empresas ocidentais e permitir que o Irã acelere seu programa nuclear.
Nada aqui é verdade. Nós nunca aceitaríamos tais termos. Também não teríamos deixado um acordo que estava funcionando apenas para assistir ao Irã acelerar massivamente seu programa nuclear.