O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez, relembra o autor da matéria, durante sua visita a Kiev em abril, prometeu à Ucrânia uma diversificada ajuda militar, porém, a cooperação entre os dois países não deu em nada.
"A Espanha, um posto avançado da OTAN fora da frente de batalha, parece ter dominado a arte da diplomacia: empenhar-se generosamente e fazer pouco. Com aliados assim, quem precisa de inimigos?", pergunta o analista.
Conforme relata o especialista, Madri entregou a Kiev várias unidades de artilharia leve, um veículo blindado para evacuação e alguma quantidade de armas antitanque. O jornal El País, citando fontes, informou recentemente que a Espanha pretendia enviar para a Ucrânia armamento pesado, inclusive dezenas de tanques alemães Leopard 2A4.
"Dois meses depois, a ministra da Defesa espanhola recusou inteiramente discutir a proposta. A condição deplorável dos tanques, argumentou, colocaria em perigo os soldados."
Em resultado, os ucranianos, na opinião de González-Gallarza, parecem "perder a crença na Espanha".
"Na semana passada, o governo de Vladimir Zelensky anunciou que espera 20 blindados M113. Pela primeira vez, a promessa não foi mais recebida com a habitual demonstração de gratidão sincera da Ucrânia. Os M113, afinal, são veículos da década de 1970, a Espanha tem cerca de 1.000 e, de acordo com fontes internas, espera descartá-los em grande parte", diz o artigo.
A posição da Espanha deve ser uma lição para outros países que estão prontos, em palavras, a criticar publicamente a operação russa na Ucrânia, mas, na realidade, não têm motivos suficientes para apoiar realmente Kiev, resumiu o analista.