Recentemente, o presidente indonésio, Joko Widodo, confirmou que Putin, durante sua conversa com ele, tinha manifestado a intenção de participar da cúpula. Widodo informou ainda que Xi Jinping também quer viajar para a Indonésia, embora a chancelaria chinesa ainda não o tenha confirmado.
O jornal nota que a tensão entre Moscou e Pequim, por um lado, e o Ocidente, por outro, muito provavelmente perturbará a reunião do Grupo dos 20 e terá consequências para outros países, independentemente de sua posição em assuntos como o conflito na Ucrânia ou a tensão entre os EUA e a China.
Caso Xi Jinping vá a Bali, será sua primeira viagem para fora do país desde o início da pandemia. Ao longo deste período, ele saiu do país só uma vez – no início de julho para Hong Kong.
"A decisão de Xi Jinping é destinada a manifestar uma posição de força e abertura para aprofundar e restabelecer a comunicação [com o mundo em geral] que existia antes da pandemia", acredita o fundador do veículo Oxford Political Review, Braian Wang.
Ao mesmo tempo, a decisão do líder russo de participar da cúpula, do ponto de vista do analista, "tem um caráter ainda mais simbólico – é uma tentativa por parte da Rússia cercada de demonstrar que ela continua desempenhando um papel-chave e aposta na ordem internacional".
O especialista porém duvida que o mundo externo veja nisso um sinal fundamental da prontidão da China de se abrir ou um sinal de retorno da Rússia à arena mundial.
Por sua vez, o especialista em Relações Internacionais da Universidade Gadjah Mada, na Indonésia, Rachmat Yuliantoro, notou que "a presença pessoal de ambos os líderes também pode ser considerada uma forma de resistirem ao domínio do Ocidente no sistema político internacional''.
Na sua opinião, se todos os líderes do G20 participarem da cúpula, isso demonstrará que a política externa da Indonésia é livre e ativa e não obedece a qualquer dos lados.