Robert Menendez, chefe do Comitê de Relações Exteriores do Senado dos EUA, disse em entrevista ao jornal grego Kathimerini que ele se opõe à venda de caças F-16 à Turquia até que Ancara mude seu rumo político e cumpra seu compromisso com a OTAN.
"Entre as contínuas violações antagônicas do espaço aéreo da Grécia e o atraso do processo de adesão da Suécia e da Finlândia à OTAN, espero sinceramente que a Turquia mude de rumo e esteja à altura de suas responsabilidades para com a aliança de defesa, sendo o parceiro construtivo na região que todos nós esperamos que possa ser. Até lá, não posso apoiar a venda ou transferência dos caças F-16 americanos para a Turquia", disse o senador americano em artigo publicado no domingo (21).
Segundo Menendez, Ancara deve parar "as provocações dentro do espaço aéreo e das águas territoriais gregas".
O legislador também expressou preocupação com relatos de que a Turquia estava considerando adquirir mais sistemas de defesa antiaéreos S-400 da Rússia, em suposta violação das sanções dos EUA. Ele instou Ancara a reconsiderar suas relações com Moscou, de acordo com o Kathimerini.
"O governo da Turquia tem a responsabilidade e uma oportunidade de demonstrar inequivocamente seu compromisso com a OTAN e os princípios e valores compartilhados que sustentam esta parceria crítica", segundo o senador norte-americano.
Menendez também criticou as políticas internas de Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia, afirmando que o processo democrático é minado e a liberdade religiosa e a liberdade de expressão são frequentemente violadas na Turquia.
A Turquia quer comprar 40 caças F-16 dos EUA e modernizar outros 80 já em serviço. Joe Biden, presidente dos EUA, está atualmente buscando a aprovação do Congresso para vender caças F-16 a Ancara. Menendez, como chefe do Comitê de Relações Exteriores do Senado americano, pode vetar a venda dos caças de combate.
A Grécia tem se oposto ativamente ao negócio, o que levou Erdogan a abandonar os contatos com o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis e o acusar de violar os acordos alcançados.