"O presidente da Duma de Estado [Câmara Baixa do Parlamento russo], Vyacheslav Volodin, assinou uma ordem para realizar uma reunião extraordinária do Conselho da Duma de Estado. A reunião será na quinta-feira, 25 de agosto, às 15h00 [GMT+3]. O tema principal são as declarações sobre a ameaça de bombardeio da usina nuclear de Zaporozhie pelo regime de Kiev", informou o serviço de imprensa do órgão.
Nas últimas semanas, os bombardeios ucranianos se intensificaram em torno da cidade de Energodar, onde está localizada a usina nuclear. O último ataque matou pelo menos uma pessoa e feriu gravemente outra. Anteriormente, um membro da administração local, Vladimir Rogov, afirmou que os ataques à cidade de Energodar e às instalações da usina nuclear de Zaporozhie ameaçam interromper o fornecimento de eletricidade à Ucrânia.
Na última sexta-feira (19), o presidente russo Vladimir Putin assegurou que o bombardeio sistemático do território da usina nuclear de Zaporozhie pelas Forças Armadas da Ucrânia cria riscos de uma catástrofe em grande escala.
"Vários aspectos da situação em torno da Ucrânia foram discutidos. Vladimir Putin, em particular, enfatizou que o bombardeio sistemático pelo Exército ucraniano do território da usina nuclear de Zaporozhie criava o risco de uma catástrofe em grande escala que poderia causar contaminação por radiação de vastos territórios", informou o serviço de imprensa do Kremlin.
A usina nuclear de Zaporozhie, a maior da Europa, está localizada perto da cidade ucraniana de Energodar e desde março passado é controlada pelas Forças Armadas Russas como parte de sua operação militar especial que começou em 24 de fevereiro de 2022 na Ucrânia.
Rússia e Ucrânia acusam-se mutuamente de bombardear a usina de Zaporozhie nas últimas semanas, levando o chefe da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, a declarar que a ação militar na área da usina representa "um perigo muito real de catástrofe nuclear".
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, reiterou seu apelo para desmilitarizar a área da usina, dizendo que qualquer dano potencial à usina nuclear é equivalente a "suicídio".