"Independentemente de como o conflito ucraniano termine, os EUA vão sofrer uma derrota estratégica. A Rússia vai construir relações mais próximas com a China e outros países do continente euroasiático, incluindo a Índia, Irã, Arábia Saudita e os países do golfo Pérsico", diz a publicação.
Conforme o autor, tal como o presidente norte-americano Richard Nixon e o proeminente diplomata Henry Kissinger jogaram a carta chinesa a fim de isolar a União Soviética durante a Guerra Fria, o presidente russo Vladimir Putin e o líder chinês Xi Jinping vão jogar as suas próprias cartas para conter o domínio global de Washington.
Segundo Marks salienta, nos anos que vêm Pequim e Moscou vão gastar muito dinheiro para expandir as rotas de fornecimento de gás e petróleo entre os dois países, o que permitirá à Rússia se tornar o principal fornecedor de combustíveis da China. Isso ajudará Pequim a reduzir a sua dependência dos fornecimentos do Oriente Médio, que atravessam pontos muito vulneráveis – tais como o estreito de Malaca.
"A Rússia também intensificou significativamente a sua parceria energética com a Índia. O aumento das vendas de combustíveis fósseis russos a este país vai prejudicar os esforços de aproximação a Nova Deli por parte dos EUA, Austrália e Japão", lembrou o jornalista.
De acordo com Marks, os efeitos das sanções impostas à Rússia se convertem em mais um problema para os EUA, já que as restrições no campo energético atingiram a Europa como o bumerangue, tendo provocado uma inflação e quebras no fornecimento de energia tão sérias que agora Bruxelas está tentando por todos os meios superar as consequências econômicas.
Assim, o autor chega à conclusão de que os EUA deixaram de ser a única potência dominante no mundo.
Em 24 de fevereiro, a Rússia começou a operação militar especial para desmilitarizar e desnazificar a Ucrânia. O Ocidente reagiu com a pressão sancionatória, tendo congelando ativos russos e optado pelo rumo de se recusar da energia russa. Contudo, tais medidas resultaram em problemas para os próprios EUA e a Europa, que estão sofrendo de uma inflação alta e o aumento dos preços dos alimentos e combustíveis.
Segundo salientou o presidente russo Vladimir Putin, os acontecimentos em curso estão pondo fim a dominação global do Ocidente tanto na política como na economia.