Eleições 2022

Ciro Gomes defende plebiscitos e taxação de grandes fortunas durante entrevista

Na terça-feira (23), o candidato à Presidência Ciro Gomes (PDT) concedeu entrevista à rede Globo durante o Jornal Nacional. Entre vários temas, o presidenciável defendeu o uso de consultas diretas à população, a taxação dos super-ricos e se comprometeu a não tentar reeleição caso vença o pleito eleitoral.
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Durante a entrevista, ao ser questionado sobre a promessa de pagamento de auxílio de R$ 1 mil a famílias vulneráveis, Ciro Gomes afirmou que buscará financiar a proposta com a ampliação de tributos sobre grandes fortunas. A taxação de grandes riquezas ficaria restrita às fortunas superiores a R$ 20 milhões.
"Somente 58 mil brasileiros têm um patrimônio superior a R$ 20 milhões, o que quer dizer o seguinte: cada super-rico no Brasil vai ajudar a financiar, com R$ 0,50 apenas, de cada R$ 100 de sua fortuna, a sobrevivência digna de 821 brasileiros abaixo da linha da pobreza", disse o candidato do PDT, acrescentando que essas famílias são as de domicílios que ganham até R$ 417 por pessoa mensalmente.
Segundo Ciro Gomes, essa proposta seria parte de um novo modelo de Previdência para o país, que uniria o Benefício de Prestação Continuada (BPC), a aposentadoria rural, o seguro-desemprego e programas de transferência de renda como o Auxílio Brasil. Ciro diz que vai unir as políticas e "transformar num direito previdenciário constitucional".
Ciro Gomes durante lançamento de sua pré-candidatura pelo PDT, em 22 de janeiro de 2022

Plebiscitos e reeleição

O candidato do PDT defendeu durante a entrevista a introdução de plebiscitos para driblar a necessidade de o presidente se submeter às lideranças do Congresso Nacional para avançar com propostas sensíveis. Ciro Gomes também criticou as alianças dos presidentes brasileiros, desde a redemocratização, com o centrão.

"É um modelo, uma tentativa de libertar o Brasil de uma crise que corrompeu organicamente a Presidência da República. Transformou a Presidência da República em uma espécie de esconderijo do pacto de corrupção e fisiologia do Brasil", disse.

O chamado centrão é um grupo do Congresso Nacional formado por congressistas do campo da direita que costumam se aliar ao Planalto em troca de cargos e recursos federais. Essa negociação faz parte do que se convencionou chamar de presidencialismo de coalizão.
Crítico do modelo, Ciro Gomes se comprometeu na entrevista a não tentar reeleição caso vença o pleito contra seus adversários em outubro. O candidato do PDT acredita que a busca pela reeleição amplia a corrupção ao atrelar a ambição pelo segundo mandato às escolhas e alianças do governo.
Ciro Gomes participa do segundo debate televisivo das eleições de 2018. Foto de arquivo

Outros dois candidatos serão entrevistados nesta semana

Os presidenciáveis Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Simone Tebet (MDB) também serão entrevistados pela emissora nesta semana. O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi entrevistado na segunda-feira (22). A ordem das entrevistas foi decidida por meio de sorteio.
Lula participará da série de entrevistas na quinta-feira (25). Já Tebet estará no Jornal Nacional na sexta-feira (26).
Os convidados são os mais bem colocados nas pesquisas eleitorais. Na mais recente pesquisa Datafolha, Lula liderava, com 47%, seguido de Bolsonaro, com 32%, Ciro Gomes, com 7%, e Simone Tebet, com 2%.
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