Após a PF realizar uma operação ontem (23) contra empresários bolsonaristas, os preparativos para os atos do dia 7 de setembro ganharam enrome impulso nas redes de seguidores e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Para aliados e conselheiros citados pela revista Veja, a ação da PF implodiu a trégua que vinha sendo costurada entre o Executivo e Supremo, e que será difícil "segurar a militância crítica ao Supremo Tribunal Federal [STF] nas ruas".
É como se a operação tivesse não só reacendido a crise entre os Poderes, mas também deu a Bolsonaro uma boa justificativa para retomar os ataques ao STF e mobilizar sua base eleitoral mais fiel.
A ordem do ministro e atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, teria alimentado entre bolsonaristas o discurso de que há uma tentativa em curso de calar os críticos do Supremo.
Foi exatamente nesses termos que apoiadores do presidente como Luciano Hang, dono da Havan e alvo da operação, se manifestaram desde ontem nas redes sociais, relata a mídia.
Os resultados dessa nova turbulência serão vistos no 7 de setembro. O próprio Hang distribuiu declarações ontem (23) associando a operação a uma tentativa de enquadrar os atos chamados para o Dia da Independência.
A operação deflagrada pela PF na terça-feira (23) cumpriu mandados de busca e apreensão contra empresários que defenderam golpe de Estado em caso de uma eventual vitória do ex-presidente Lula (PT) nas eleições presidenciais. Nas mensagens trocadas pelo WhatsApp por empresários bolsonaristas, os mesmos defendem uma ruptura institucional em caso de derrota do presidente.
A operação foi autorizada por Moraes. Logo após a publicação da denúncia, juristas e o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) acionaram o TSE pedindo uma investigação contra o grupo, segundo a mídia.