Imran Khan, ex-primeiro-ministro do Paquistão (2018-2022), afirmou em entrevista de quinta-feira (25) ao RT que as autoridades dos EUA ameaçaram seu país com consequências se ele não fosse afastado do cargo.
O político disse que tinha uma transcrição de uma conversa entre o embaixador do Paquistão em Washington e Victoria Nuland, vice-secretária de Estado norte-americana, que "ameaçou o diplomata".
Segundo o líder do partido Tehreek-e-Insaf (PTI, na sigla em inglês), ela disse que "se eu, Imran Khan, não fosse removido como primeiro-ministro em uma moção de desconfiança que ainda não havia sido apresentada, haveria consequências para o Paquistão".
"E cita a viagem que fiz à Rússia, ela cita isso como uma das razões", sublinhou Khan.
Khan disse ter levado a transcrição ao Parlamento paquistanês, e o Conselho de Segurança Nacional do país chamou a situação de "flagrante interferência estrangeira". Ele acrescentou que, após esta conversa, membros da embaixada dos EUA se reuniram com membros de seu partido para os convencer a trair seu líder, algo que ele descreveu como "mudança de regime".
Falando da pressão que os países ocidentais exercem sobre o Paquistão para condenar as ações da Rússia na Ucrânia, ele disse que "o maior problema é que os países ocidentais esperam que seus problemas se tornem nossos problemas. Portanto, este é basicamente um problema europeu, não é um problema paquistanês.
"Não devemos ser forçados a nos envolver nos conflitos de outras pessoas", concluiu Imran Khan.