Em entrevista ao Washington Examiner, Kathryn Huff, secretária-adjunta para Energia Nuclear do Departamento de Energia dos EUA, fez uma série de alertas sobre o futuro da indústria nuclear norte-americana e as parcerias estabelecidas com a Rússia.
Segundo ela, os EUA não poderão substituir o urânio russo no caso de uma proibição de importação, acrescentando que Washington deve desenvolver capacidades de enriquecimento internamente.
"Em todo o mundo, não há capacidade suficiente para substituir essa lacuna de fontes confiáveis", afirmou a funcionária norte-americana ao responder uma pergunta sobre a possibilidade de se interromper as importações de urânio russo.
Ela explicou que "a dependência dos EUA do urânio de origem russa representava riscos únicos de segurança energética e segurança nacional" e observou que a Rússia ainda fornece cerca de 20% do urânio de baixo enriquecimento para os reatores americanos existentes.
"Temos a maior frota nuclear do mundo e atualmente não temos capacidade de fornecer combustível para todos os nossos reatores", disse, alegando que a Rússia "não é mais uma fonte confiável de nosso combustível, e precisamos encontrar alternativas aqui e construir essa cadeia de suprimentos".
A Rússia supostamente respondeu por 16,5% do urânio importado pelos EUA em 2020 e 23% do urânio enriquecido necessário para alimentar os reatores nucleares comerciais do país. "Atualmente, não há mais a quem recorrer para preencher a lacuna se as importações de urânio forem proibidas", concluiu Huff.
Os comentários de Huff reforçam as declarações da secretária de Energia dos EUA, Jennifer Granholm, que também havia chamado a dependência de Washington das importações de Moscou de uma "vulnerabilidade" para a segurança econômica e nacional.
Os EUA mantêm a capacidade de minerar urânio, mas dependem fortemente da Rússia para o enriquecimento, dado que o país tem apenas uma instalação comercial de enriquecimento restante: uma usina administrada no Novo México.