Após o anúncio do governo norte-americano, a imprensa estatal chinesa apontou algumas razões que explicam o interesse dos EUA na região. De acordo com o Global Times, Joe Biden está "de olho na intensificação da luta geopolítica com a Rússia".
A publicação aponta que na medida em que o aquecimento global acelerou o derretimento do gelo, o Ártico se tornou estrategicamente importante com a criação de novas rotas marítimas, que precisam ser vigiadas militarmente.
A imprensa chinesa entende que o Ártico "será uma área-chave para a rivalidade global no futuro, o que explica as razões pelas quais os EUA aumentaram os esforços para melhorar a coordenação com seus aliados na região".
"No entanto exaltar a presença da China e da Rússia faz parte das tentativas mal-intencionadas do Ocidente liderado pelos EUA de retratar a China e a Rússia como ameaças estratégicas juntas, com o objetivo de influenciar os Estados do Ártico com essa imagem, mas isso é uma distorção completa da política e dos objetivos da China no Ártico", afirma a publicação.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em breve nomeará um embaixador "que se envolverá com outras nações do Ártico, grupos indígenas e outras partes interessadas", disse o governo dos EUA na sexta-feira (26).
"A decisão de Washington veio depois que a Rússia aumentou sua presença perto do Polo Norte com submarinos e aviões de guerra, enquanto a China construiu estações de pesquisa no Ártico", afirma a mídia chinesa.
"Um Ártico em mudança certamente afetará o cenário geopolítico, pois se tornou um novo lugar para a rivalidade entre as principais potências no futuro", disse Cui Hongjian, especialista em relações internacionais consultado pelo Global Times.
A principal prioridade de Washington para essa região agora é como responder às crescentes atividades de Moscou. Além de sua presença militar, assumir o controle de futuras rotas de navegação na região se tornará um foco importante.