"Em um ano o preço do gás na Europa subiu mais de dez vezes: de € 27 (R$ 138) por megawatt-hora para € 310 (R$ 1.584) em 25 de agosto. Os governos da maioria dos países gastaram muitos bilhões de euros a fim de evitar que as contas da energia também aumentem, já que isso poria em risco direto a maioria dos domicílios e a produção nas empresas", diz o artigo.
"A situação com a inflação é a mesma. Já que o aumento das taxas de juros do Banco Central Europeu, claro, não é o remédio correto", acrescentou o colunista. "Consequentemente, os líderes europeus devem deixar de rastejar perante os EUA, que, no fim das contas, acabaram em uma zona sem tiros, e lidar com a sua própria dignidade. Deve-se conduzir negociações sobre um compromisso com a Rússia e, claro, levantar as sanções", salientou Psilos, acrescentando que o confronto econômico em curso entre a UE e Moscou, que é o maior fornecedor do gás à Europa, não ajuda ninguém, exceto os norte-americanos.
"Porque os preços começaram a aumentar ainda no verão de 2021 – muito antes da crise nas relações com a Rússia – e, na época, isso estava ligado às limitações do fornecimento da matéria-prima. Ao longo de muitos anos, primeiro os preços baixos e depois o coronavírus abrandaram os investimentos na prospecção e produção de gás. Isso tornou a oferta insuficiente quando a demanda recuperou após a pandemia", escreveu Psilos.
"E agora a União Europeia implora para economizar o gás, prejudica a economia, castiga os domicílios, cria o risco de falência das empresas e aumenta o desemprego. Desligar a luz e usar camisolas e meias grossas para não ter frio no inverno. Nas suas palavras, isso ajudará a reduzir a demanda e, no final das contas, baixar os preços. Deus meu, quem é que na realidade governa a Europa?", conclui o autor com uma pergunta retórica.