Petro lançou a iniciativa durante uma visita ao município de Ituango, no noroeste do país, município que está localizado em um corredor estratégico do narcotráfico e é palco de diversos confrontos nas últimas décadas.
Durante o anúncio, Petro indicou que "várias organizações armadas irregulares mostraram sua intenção de buscar o fim do confronto".
Entretanto, durante a sua visita a Ituango, a polícia e a segurança da presidência da República encontraram um artefato explosivo, que foi desativado pelas autoridades, perto de onde Gustavo Petro falaria ao público.
O presidente colombiano minimizou o incidente, e, segundo a Reuters, disse que um cessar-fogo proporcionaria "o clima mais apropriado para alcançar a força social necessária para legitimar o fim definitivo da violência armada".
Ele enfatizou que pretende buscar a "paz total" no país, o que inclui o restabelecimento das negociações com o Exército de Libertação Nacional (ELN), uma guerrilha paramilitar.
O plano de Petro envolve o diálogo com facções dissidentes do ex-grupo guerrilheiro das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que rejeitou um acordo de paz de 2016, bem como negociações legais com gangues criminosas envolvidas no tráfico de drogas, como o Golf Clan.
Além disso, o chefe de Estado concedeu aos prefeitos o poder de convocar quando necessário os Postos de Comando Unificado, uma força de segurança pública que abriga o Exército colombiano e as polícias locais.
"Em locais onde sabemos que há violência, os prefeitos desses municípios podem e devem convocar Postos de Comando Unificado e a força pública deve obedecer. O prefeito, como autarquia local, deve estabelecer os critérios e os planos para proteger a vida", declarou.
O conflito armado interno da Colômbia durou quase seis décadas e deixou pelo menos 450 mil mortos, a maioria civis, apenas entre 1985 e 2018. Apenas em julho do ano passado, narcotraficantes forçaram mais de 4 mil pessoas a fugir de Ituango, segundo um relatório da Human Rights Watch.
O ministro da Defesa, Ivan Velasquez, anunciou esta semana que a Colômbia suspenderá os bombardeios aéreos contra grupos armados ilegais em meio ao conflito interno para evitar danos colaterais à população civil, a morte de menores recrutados à força e como um gesto para avançar em direção a uma paz completa.