Bolsonaro acusou Boric de "queimar o metrô" nos protestos de 2019. A fala foi feita durante o debate dos candidatos à Presidência da República no domingo (28).
Em resposta diplomática, o Chile convidou o embaixador brasileiro em Santiago, Paulo Roberto Soares Pacheco, para prestar esclarecimentos acerca da declaração.
"Em nome do governo do Chile, quero fazer uma declaração sobre as afirmações que o presidente Jair Bolsonaro, do Brasil, fez ontem em um debate eleitoral, em que acusou diretamente o presidente Gabriel Boric de ter posto fogo no metrô. Consideramos essas acusações gravíssimas. Obviamente são absolutamente falsas, e lamentamos que em um contexto eleitoral as relações bilaterais sejam aproveitadas e polarizadas por meio da desinformação e das notícias falsas", declarou a chanceler chilena, Antonia Urrejola, hoje (29), segundo o jornal O Globo.
Em março, Boric afirmou que ele e Bolsonaro pensam "muito diferente" e declarou seu apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder na disputa presidencial.
O Ministério das Relações Exteriores do Chile emitiu uma nota logo em seguida, classificando as declarações de Bolsonaro de "inaceitáveis".
"Apesar das declarações infelizes, o governo do Chile manifesta sua convicção de que o nosso país e o Brasil têm não apenas uma história comum, mas também enormes desafios para enfrentarem de maneira colaborativa, razão pela qual se espera continuar a fortalecer os permanentes vínculos de amizade e cooperação entre nossos países", afirma o texto.
Procurado pela Sputnik Brasil nesta segunda-feira (29), o Ministério das Relações Exteriores brasileiro ainda não se manifestou.