A União Europeia (UE) poderia suspender o acordo de facilitação de vistos com Moscou em vez de fechar suas portas completamente para a entrada dos russos, sugeriu a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, antes da reunião do bloco sobre o assunto, em Praga.
A ministra chamou sua proposta de "ponte" entre aqueles na UE que exigem uma proibição total de vistos e aqueles que querem "continuar como [...] se nada tivesse acontecido". "Acredito que podemos encontrar uma boa solução em Praga", disse ela em uma reunião do governo alemão nesta terça-feira (30). De acordo com seu plano, a emissão de vistos de múltiplas entradas e de vários anos também pode ser suspensa, noticiou a mídia alemã.
O acordo de facilitação de vistos entre a Rússia e a UE foi assinado em 2007. Ele permite que os russos apresentem menos documentos ao apresentar pedidos de visto e também paguem taxas menores. Também reduz o tempo de processamento. Até agora, o bloco só suspendeu a facilitação de vistos para viajantes de negócios e diplomatas.
As nações que se consideram "particularmente afetadas" também podem examinar os propósitos de viagem dos candidatos russos "com muito cuidado", disse a ministra. No entanto, ela também afirmou que a nova política de vistos deve "continuar a permitir contatos pessoais na UE com cidadãos russos que não estão associados ao governo russo".
Em particular, cientistas, estudantes e artistas devem poder entrar na UE, independentemente de enfrentarem perseguição em casa, informou a mídia alemã, citando Baerbock. A Ucrânia e seus apoiadores mais radicais no bloco europeu têm pedido uma proibição quase total de vistos para cidadãos russos, com exceções apenas por motivos humanitários.
A medida é apresentada como uma resposta proporcional à operação militar especial da Rússia na Ucrânia e ao fracasso de seu povo em se opor às políticas de seu governo. Algumas nações, como a Estônia, alegaram que a proibição de visitantes russos era necessária para a segurança nacional.
Além da Alemanha, a França também defendeu uma abordagem menos restritiva, argumentando que uma punição coletiva do povo russo apenas o afastaria do Ocidente e aumentaria o apoio doméstico ao governo do país.