Falando na conferência em Paris organizada pelo Movimento dos Empresários da França (MEDEF, na sigla em francês) – a maior federação de empregadores francesa, Borne começou a mencionar as sanções impostas contra Moscou, e agradeceu às companhias que abandonaram o mercado russo para assegurar "que essas sanções sejam eficientes".
No entanto, a premiê reconheceu que as sanções viraram contra Paris em forma de inflação, e a Rússia ainda pode interromper os suprimentos de gás em resposta. Se Moscou fizer isso, a Europa enfrentará "consequências enormes" já que "não há alternativas imediatamente disponíveis" – e a França, embora menos exposta a esse risco em comparação com seus vizinhos, não estará segura, explicou Borne.
"Ante um risco de escassez, há apenas uma opção: reduzir o consumo de energia", disse ela aos líderes empresariais presentes.
"Sugiro que lidaremos com essa redução juntos. Se não o fizermos, se todos não desempenharem o seu papel, interrupções brutais do gás poderão acontecer em pouco tempo, com sérias consequências para a nossa economia e sociedade", alertou Borne.
A principal prioridade da França agora é "parar qualquer consumo de energia que não seja vital", que é a ideia do plano de sobriedade energética anunciado pelo presidente francês Emmanuel Macron em julho, disse a primeira-ministra.
"Este plano é um pacto que lhes propomos: poupar energia de bom grado em vez de enfrentar os apagões impostos pela força."
Os custos de eletricidade na Alemanha e na França atingiram recordes na sexta-feira (26), impulsionados pelo plano de Moscou de fechar a última turbina operacional do gasoduto Nord Stream 1 para manutenção de três dias. Eles não são os únicos países que sentem o efeito das sanções contra a Rússia. As pessoas em toda a Europa estão armazenando qualquer combustível que possam obter – incluindo lenha e carvão – para o longo inverno que está por vir.
Na semana passada, Macron declarou que a França está caminhando do "fim da abundância" e terá que fazer sacrifícios.