As alegações da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) de que a cooperação entre Pequim e Moscou no Ártico representa um "desafio" sinaliza que a aliança ainda vive na Guerra Fria, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, nesta quarta-feira (31).
"A OTAN afirmou falsamente que a cooperação China-Rússia representa um desafio aos valores e interesses da OTAN, o que mais uma vez expôs a tentativa da OTAN de exportar a mentalidade da Guerra Fria", disse ele a repórteres durante uma coletiva de imprensa regular, acrescentando que o bloco militar deveria "descartar esse pensamento perigoso" porque poderia desestabilizar o mundo inteiro.
O porta-voz acrescentou que a China "respeita a soberania" e a jurisdição dos Estados do Ártico e tem cooperado com vários países para promover o desenvolvimento regional.
O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, sinalizou na semana passada que o bloco estava prestes a aumentar sua presença militar no Ártico, argumentando que a Rússia e a China representam um "desafio estratégico". O aquecimento global está abrindo amplas oportunidades de transporte e extração de recursos naturais na região, uma realidade que poderia ser explorada por "regimes autoritários" como Rússia e China, afirmou Stoltenberg.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, zombou dos comentários do chefe da OTAN, enfatizando que a cooperação de Moscou com a China no Ártico não representa ameaça a nenhum outro país e é destinada exclusivamente ao desenvolvimento.